Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Castro, Pablo Pamplona de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-28052020-184218/
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Resumo: |
Esta pesquisa investiga o lugar das relações afetivas para a mobilização popular. O ponto de partida é a memória política (ANSARA, 2005) de pessoas que participaram das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Jardim Ângela, um distrito localizado na zona sul de São Paulo, entre as décadas de 1960 e 1980. As principais fontes de pesquisa são depoimentos recolhidos de eventos públicos de memória, realizados entre 2018 e 2019, e entrevistas que fiz com duas mulheres que atuaram nas comunidades nesse período. São incontáveis os movimentos sociais que se formaram em torno das pastorais populares e das CEBs, principalmente no campo e nas periferias das grandes cidades. Nesta pesquisa, dou atenção sobretudo às relações reproduzidas nos grupos primários formados no interior desses movimentos, relações estas que atravessam e são atravessadas pelas relações dos grupos funcionais (de trabalho) e estruturais (as classes sociais) (MARTÍN-BARÓ, 1986). É possível reconhecer, nessas comunidades, um modelo de organização popular preocupada com as relações afetivas e as subjetividades das participantes. Mostrarei como o que atraiu as narradoras dessa pesquisa à luta social foi o encontro, a sua identificação com pessoas com mais experiência na luta, e os chamados para as atividades. O que as manteve organizadas foi estar em constante atividade e em companhia com pessoas significativas, com as quais puderam participar de uma forma de trabalho não-alienado: a militância comunitária. Por essa convivência ativa se construiu, de forma lenta, mas duradoura, um sentido comum para a luta e a confiança mútua entre as participantes. A conscientização política foi importante para reafirmar e legitimar sua experiência concreta. Suas lutas eram locais e as demandas diziam respeito ao cotidiano de seus grupos primários. Com a abertura política do país, elas deram lugar a demandas maiores e o espaço da igreja foi substituído pelo do partido e do sindicato, enfraquecendo a mobilização das periferias. Os resultados deste trabalho podem contribuir para uma teoria psicossocial dos movimentos sociais e para a formação de novos processos de organização e mobilização popular |