Relações de gênero, mídia e educação: o cinema de ficção científica e as possibilidades de promoção de igualdade de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cruz, Livia Delgado Leandro da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-05092020-163429/
Resumo: O crescente consumo de produtos culturais tem tornado a mídia uma importante instância socializadora e educativa, bem como a escola e a família. Os diversos produtos culturais veiculados pela mídia, como os filmes, contribuem para a formação de um senso de classe, raça e sexualidade, bem como para as relações de poder na sociedade. Na ficção científica, as representações de cientistas são frequentemente brancas e masculinas, o que contribui para a formação de um imaginário da ciência, enviando sinais sobre quais sujeitos podem ou não fazer parte desse universo. Essa dissertação teve como objetivo investigar de que maneira a mediação de filmes de ficção científica a partir de intervenções lúdicas e problematizadoras colaboram para a promoção de igualdade de gênero e para o debate acerca de questões de raça e alteridade, sobretudo na ciência. Para tanto, foram selecionados os filmes Estrelas Além do Tempo, Gravidade e A Chegada, que contam com protagonistas femininas no âmbito da ciência e suscitam a discussão de questões socialmente relevantes. Assim, a partir da análise desses filmes à luz dos estudos críticos da mídia e da perspectiva dos modos de endereçamento proposta por Ellsworth (2001), utilizou-se da pesquisa-ação para o desenvolvimento de atividades com as/os adolescentes do Centro para Crianças e Adolescentes Jardim Keralux, um espaço educativo de atendimento à vulnerabilidade social localizado na zona leste de São Paulo. As ações realizadas aconteceram no âmbito do projeto de extensão, pesquisa e ensino Banca da Ciência, desenvolvido e gerenciado pela Universidade de São Paulo (EACH-USP), pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Campi Boituva e Salto). Mais especificamente, as ações ocorreram no contexto da linha de interesse e grupo de intervenção E.M.M.A. (Estudos sobre as Mulheres e as Minorias na Arte-Ciência), que desde 2015 tem como objetivo principal estimular reflexões sobre as relações de gênero, raça e alteridade que permeiam o campo das artes e da ciência. Assim, a partir da elaboração de atividades envolvendo discussões e dinâmicas lúdicas, foram debatidas e problematizadas as questões mobilizadas pelos filmes. Os resultados dessas interações, analisadas a partir da teoria das mediações, demonstraram uma espécie de diagnóstico da visão das/os adolescentes em relação às temáticas debatidas. Ainda que o progresso em direção à de igualdade de gênero seja de difícil mensuração, sobretudo por se tratar de uma pesquisa qualitativa envolvendo adolescentes, os resultados demonstram que a pesquisa colaborou para pequenas transformações na percepção desses jovens sobre igualdade de gênero, raça e alteridade