Homens como agentes comunitários de saúde: trabalhando cuidados e vivenciado gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Santos, Rosa de Lourdes Azevedo dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Men
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-27042021-194338/
Resumo: Objetivos: (1) desvelar como homens agentes comunitários de saúde percebem, descrevem e vivenciam relações de gênero na condição de \"cuidadores\" de famílias; (2) identificar percepções de mudanças nas suas vidas, trabalhando \"cuidados\" junto às famílias e (3) identificar concepções acerca da masculinidade, a partir de suas falas e narrativas. Metodologia: A pesquisa foi de natureza qualitativa e constou de duas etapas metodológicas: a primeira, com a realização de grupos focais e, a segunda, com a realização de entrevistas individuais, em profundidade. caracterizou-se em investigar 15 homens agentes comunitários de saúde, inseridos em diferentes unidades básicas de saúde do Programa Saúde da Família, localizadas em uma das regiões periféricas do Município de São Paulo. Resultados: A partir das falas e narrativas dos sujeitos da pesquisa, identificamos tratar-se de um grupo de homens com histórias profissionais pregressas marcadamente masculinas e, que, na condição de desempregados, buscaram inserção profissional como agentes comunitários de saúde. Este dado de realidade, apontou-nos questões de gênero de diversos aspectos como: não se identificar com esse trabalho, possivelmente, por desenvolverem atividades de cuidados que, historicamente, são exercidas por mulheres; a situação de \"subalternidade\" vivenciada na instituição, submetendo-se para manter o trabalho; o \"descontentamento\" advindo da rotina, burocracia e da impossibilidade de ascender profissionalmente; a dificuldade de estabelecer limites entre as fronteiras do trabalho com suas vidas particulares, decorrentes de critérios estabelecidos pelo Programa Saúde da Família como, o de ter que morar na área de atuação. Mas, por outro lado, estão vivenciando mudanças significativas em suas vidas como a de reverem seus valores, a de repensarem suas próprias relações de gênero, em suas várias dimensões, o que tudo indica, a vivência do cuidar das famílias vem facilitando. Até onde pudemos constatar, essa prática profissional também vem influindo em suas vidas privadas, fato observado quando foi discutido o que é \"ser homem\" versus \"ser pai\", ao trazerem elementos em suas falas que permitiram revelar o quanto de sensibilidade vem dissolvendo o lado \"machista\" de ser de cada um deles. E, também, maior flexibilização das relações de gênero no espaço doméstico.