Avaliação da eficiência da remoção do etilparabeno por adsorção em carvão ativado e em bagaço de cana e testes de toxicidade com organismos zooplanctônicos de água doce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Valença, Rodrigo Maia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-08032023-152449/
Resumo: O avanço das tecnologias analíticas permitiu a detecção de micropoluentes emergentes até então tidos como ausentes no ambiente, tais substâncias ocorrem em baixas concentrações nos ambientes aquáticos, resistem ao tratamento convencional de esgoto sanitário e industrial, e mesmo em baixas concentrações podem interferir negativamente nos sistemas bióticos afetados. Os parabenos, um grupo de conservantes de larga utilização industrial ameaça a saúde humana e a biota aquática em função de sua toxicidade, e de seu potencial de desregulação endócrina. O presente trabalho estudou a remoção de etilparabeno (uma das formas mais comuns de parabeno) em matriz aquosa por adsorção em carvão ativado e em bagaço de cana. Foi também analisada a toxicidade da exposição do referido composto aos cladóceros de água doce Daphnia similis e a Ceriodaphnia silvestrii. A metodologia analítica utilizada para a detecção de etilparabeno em água foi desenvolvida e validada em HPLC/DAD, a separação ocorreu por meio de uma coluna de fase reversa Agilent Zorbax C8 mantida a 30°C, com metanol e água (80:20, v/v) em eluição isocrática por cinco 5 minutos, com vazão de 1 mL min-1, comprimento de onda de 257 nm e volume de injeção de 20 μL. D. similis e C. silvestrii apresentaram CE50 de 23,70 (20,76 – 27,73) mg L-1 e 25,01 (18,74 – 33,15) mg L-1, efeitos crônicos de reprodução e de mortalidade foram significativos quando C. silvestrii foram expostas a 8 mg L-1 de etilparabeno. Os adsorventes testados performaram satisfatoriamente frente ao etilparabeno tendo o carvão ativado mais afinidade com o adsorvato. Em testes com 10 mg L-1 de etilparabeno, 30 minutos de contato e 0,5 g L-1 de carvão ativado e de 16 g L-1 de bagaço de cana de açúcar os materiais analisados removeram respectivamente 62,51% e 37,05% do etilparabeno em solução aquosa, o que pode ser considerado satisfatório a depender da necessidade. Concentrações ambientais de etilparabeno em corpos d\'água usualmente são na ordem de 10 μg L-1 e embora a diferença entre a magnitude dessas concentrações e das concentrações de efeito encontradas no presente estudo seja grande, o potencial toxicológico do etilparabeno não deve ser negligenciado principalmente por que ainda há uma grande carência de dados de toxicidade para parabenos, principalmente em relação a espécies nativas de ambientes tropicais.