A disputa pelos espaços residuais na São Paulo do século XXI: dos processos de privatização às possibilidades do Comum sob os viadutos do Bexiga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lourenção, Laura da Palma Coelho Germano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-01112023-175809/
Resumo: Este trabalho se propõe a compreender o bairro do Bexiga, no centro de São Paulo, observado a partir dos baixios do viaduto Júlio de Mesquita Filho e das relações internas ao bairro. Entendemos o viaduto como uma fenda no território, tanto pela destruição que causou à época de sua construção quanto pelos espaços residuais que perduram em seus baixios até hoje. Tais áreas vêm historicamente recebendo variadas formas de ocupação, sobre as quais escolhemos nos debruçar. Se no começo dos anos 1990 parecia se estruturar, na cidade de São Paulo, uma política pública voltada para o uso social desses espaços, o que se observa hoje é a total inserção desses, pelo Poder Público, numa lógica neoliberal privatista, que prevê a cessão dos espaços para exploração comercial pelo mercado. Ao mesmo tempo, o bairro se organiza em torno de suas principais pautas, como vulnerabilidade econômica e social, violência, meio ambiente, participação social, e resiste ao contexto de neoliberalização da vida. Assim, localizamos as disputas que se configuram e levantamos a hipótese de uma aproximação com o Comum a partir das práticas observadas tanto nas ocupações dos baixios quanto nas relações estabelecidas em torno do Bexiga. O trabalho se divide em três capítulos: o primeiro trata de abordagem teórica do neoliberalismo e de seus processos de privatização e concessão de bens e espaços públicos; o segundo, apresenta o desenho histórico e social do Bexiga e o conceito de Comum aqui utilizado; e o último capítulo é dedicado ao contexto atual do bairro, e retrata, por um lado, as investidas do mercado imobiliário respaldadas pelo poder público, e, por outro, a organização e resistência da população.