Estratégia política de inserção curricular da extensão nos cursos de graduação: a construção nacional do texto e a implementação na UFRJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Wociechoski, Darlan Pez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48139/tde-26112021-124224/
Resumo: O objetivo principal deste trabalho foi analisar a burocratização da educação superior brasileira através das ações e representações sociais dos agentes envolvidos na trajetória da estratégia política de curricularização da extensão em cursos de graduação. A investigação situou-se no campo de conhecimento em políticas educacionais e envolveu a análise da extensão propriamente dita e através do ensino, da pesquisa e da gestão, bem como do acesso aos cursos de graduação. A investigação foi dividida em duas etapas e apresentou uma abordagem eminentemente qualitativa, que demandou a coleta e análise de documentos e, em menor medida, de dados estatísticos, material bibliográfico, entrevistas com docentes, entre outros materiais relacionados ao ciclo da política estudada. Na primeira etapa, foram analisados os Planos Nacionais de Educação de 2001 e de 2014 e a Resolução nº 7 de 2018 do Conselho Nacional de Educação atinente ao tema da extensão universitária. Os resultados da primeira etapa demonstraram que os textos sobre a curricularização da extensão foram produzidos dentro de um contexto que favoreceu o seu caráter burocrático-permanente. Esse traço confere harmonia entre os poucos membros do campo acadêmico e o amplo contingente de pessoas fora-do-campo, bem como a perpetuação do Brasil na divisão do trabalho mundial. A segunda etapa de pesquisa, alusiva à implementação da política, foi realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que se mostrava pioneira nesse processo. A despeito dos inúmeros percalços nessa segunda etapa, foi possível analisar esse microcontexto político, dentro da UFRJ. Os resultados da segunda etapa de pesquisa trouxeram indícios de que esta política em estudo foi apenas mais uma estratégia burocrática-permanente de agentes acadêmicos vinculados à extensão, pois não implicava em um significativo contexto de democratização da universidade, sequer visando fomentar a indissociabilidade das atividades acadêmicas. Concluímos a partir dos resultados apresentados que a estratégia política de inserção curricular da extensão nos cursos de graduação das instituições de ensino superior brasileiras foi mais um dispositivo burocrático lançado por agentes no interior do campo acadêmico. Não nos furtamos, porém, de indicar na conclusão deste trabalho a premência da abertura das universidades para todos os brasileiros, a qual deve ser acompanhada de mudanças sociais, econômicas e políticas profundas, a fim de romper com condição semiperiférica do país, bem como da pertinência da gestão universitária compartilhada com a comunidade interna e externa. Apontamos, ainda, a necessidade de se potencializar a extensão feita de forma crítica e indissociável de ensino e pesquisa. Inclusive, destacou-se o recurso de disciplinas mistas, optativas e livres, que estejam atreladas aos programas acadêmicos unificados, que possam ser oferecidos a todos os estudantes universitários.