A Prática da Horticultura entre os Construtores de Sambaquis e Acampamentos Litorâneos da Região da Baía de São Francisco, Santa Catarina: Uma Abordagem Bio-Antropológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Wesolowski, Veronica
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-20022020-144634/
Resumo: A prática da horticultura entre grupos da pré-história brasileira é uma questão importante cuja investigação esbarra na ausência, quase total, de restos vegetais satisfatoriamente preservados. Por este motivo, na maioria dos casos o uso de cultivares costuma ser inferido por evidências indiretas e analogia etnográfica, principalmente para o contexto ambiental litorâneo. Alguns pesquisadores têm procurado alternativas na Antropologia Biológica tentando, assim, agregar informações biológicas e culturais, buscando construir uma matriz de informações mais complexa sobre a questão. É nesta abordagem bio-antropológica que o presente trabalho se insere, na medida em que propõe anexar aos dados arqueológicos, outros originados da pesquisa de marcadores osteológicos relacionados a mudança de subsistência e ao consumo de carboidratos. A pesquisa partiu da hipótese, construída pela arqueologia, de que os grupos responsáveis por assentamentos com cerêmica Itararé (acampamentos litorâneos) na região da Baía de São Francisco, em Santa Catarina, teriam uma subsistência baseada em produtos cultivados, enquanto que os grupos responsáveis pelos sambaquis sem cerâmica da mesma região seriam coletores-pescadores. Foram analisados os comportamentos apresentados por cárie, desgaste oclusal, perda dentária, abscessos peri-apicais, hipoplasia linear de esmalte e cribra orbitália, em 10 séries esqueletais oriundas de sítios sem cerâmica e 3 séries escavadas em sítios (ou camadas deposicionais) com cerâmica. Os vários padrões encontrados foram discutidos sob a luz das evidências arqueológicas e a partir de uma postura crítica em relação a capacidade dos marcadores osteológicos utilizados em responder questões sobre subsistência. Os resultados obtidos apontaram para a necessidade de uma revisão das hipóteses estabelecidas, quanto ao consumo de vegetais, sobre as estratégias de subsistência implementadas pelos grupos pré-históricos responsáveis por sambaquis e acampamentos litorâneos na região enfocada.