Nascimento e internação do bebê prematuro na vivência dos pais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pergher, Daniel Nardini Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-09012013-204802/
Resumo: No caso de um nascimento prematuro, uma vez que a gravidez é interrompida, o recém-nascido não corresponde ao bebê idealizado na gravidez e na maioria das vezes, não tem condições físicas de viver fora do útero sem ajuda da tecnologia médica. Os pais experimentam situações estressantes, o que afeta suas percepções e habilidades para interagir com a criança, dificultando o estabelecimento de um apego íntimo. Assim, é necessário que a mãe e a família tenham no hospital um ambiente acolhedor para poder receber e proteger seu bebê, amenizando os efeitos desta interrupção. Este estudo tem por objetivo compreender os significados atribuídos ao nascimento e internação de um bebê pré-termo e de muito baixo peso na perspectiva dos pais. Foram entrevistados cinco pais e cinco mães de bebês pré-termo de muito baixo peso que coabitavam o mesmo teto e que tinham, no momento das entrevistas realizadas, seus bebês internados. Foram realizadas duas entrevistas semi-dirigidas com cada um dos pais; uma logo após o nascimento e outra após um mês de internação. As entrevistas foram audiogravadas e transcritas na íntegra. Foram selecionadas as entrevistas de um casal para aprofundar a análise através do estudo de caso. O trabalho teve um enfoque qualitativo a partir do referencial psicanalítico de D. Winnicott. Na análise do caso foram abordados aspectos das condições emocionais da mãe e do pai em relação ao nascimento de uma bebê prematura, a relação que cada cuidador estabeleceu com a equipe do hospital, as fantasias em relação aos futuros cuidados à bebê e as vivências desenvolvidas como esposa e mãe; marido e pai. No presente estudo são apresentadas dificuldades dos pais que vão além do luto por estarem diante de seu filho que nasceu prematuro. Os pais são envolvidos por uma situação de muita ansiedade que faz brotar antigas feridas internas de suas histórias, além de outras nuances que só podem ser entendidas e vivenciadas se os profissionais estiverem abertos emocionalmente ao cuidado dos familiares para acolhê-los de forma integral. Destaca-se assim, a necessidade de se despir de olhares técnicos voltados para a racionalidade científica que não levam em conta a singularidade e a subjetividade presente em cada caso. Trata-se de um olhar mais atento às questões emocionais das relações pais-bebês, para que não se faça do atendimento uma escuta estereotipada baseada em conhecimento pré-estabelecidos que não permitem a fertilidade do contato com o novo e o desconhecido que surge a cada dia em um hospital. Acredita-se que este estudo possa em alguma medida estimular aqueles que pretendem repensar e desenvolver novos sentidos nas práticas do cuidado em saúde.