Antropofagias de Herberto Helder em Performance

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Felipe Marcondes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-26112020-200718/
Resumo: Em 1971 Herberto Helder concebe Antropofagias, conjunto muito particular de textos dentro de sua obra. Contemporaneamente, no início dessa década, a significativa mudança no discurso das artes, incubada desde fins dos anos 1950, influencia a postura de artistas diante do mundo e do fazer artístico, resultando numa nova forma de expressão que se aloja no limiar entre a arte e a vida: a arte da performance. Esta pesquisa objetiva analisar o estatuto do corpo, como materialidade basilar da performance, a partir do corpus (corpo textual) de Herberto Helder. Para tanto, toma como campo de estudo a série Antropofagias que, concebida em Angola e uma vez publicada, foi reescrita ao longo da vida do poeta português, no seu contínuo exercício de assimilação entre arte e vida. Traçando relações entre os procedimentos de que o poeta lança mão em sua (re)escrita e a centralidade que o corpo assume na arte da performance, reflete-se sobre como seu modo de inserção no campo literário, a partir da invisibilidade física que marca sua trajetória, faz parte de um projeto para conferir valor corpóreo à sua poesia ou, em outras palavras, como a obra toma o lugar de seu corpo empírico no mundo. A isso converge sua atitude de reescritura incessante, cujo foco incide tanto no processo quanto no fim, o que corrobora a ideia de obra como corpo: conferindo ao poema a dimensão corpórea, as transformações decorrentes do exercício de revisão contínua equivalem ao amadurecimento próprio a todo corpo. O processo de composição da obra helderiana, com os desdobramentos que sua poesia implica, estabelece pontos de contato com a concepção de arte de seus contemporâneos da arte da performance.