Impacto da imunização com vesículas de membrana externa de Neisseria meningitidis B em camundongos de meia-idade e resposta de memória nos idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lima, Gabriela Trzewikoswki de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-13092023-110326/
Resumo: Neisseria meningitidis é um dos principais agentes etiológicos das meningites bacterianas, sendo que os idosos são mais propensos a evoluir para óbito quando infectados por essa bactéria. Novas vacinas têm sido desenvolvidas contra N. meningitidis B, contudo estudos sobre a eficácia dessas vacinas em idosos são escassos. O envelhecimento é associado a disfunções no sistema imune que prejudicam as respostas a infecções e vacinas. Portanto, a imunização de indivíduos de meia-idade, antes dos primeiros sinais da imunosenescência se estabelecerem, poderia ser benéfica. O presente estudo visa avaliar a imunogenicidade de preparações antigênicas contendo vesículas de membrana externa (OMVs) de N. meningitidis B complexadas a dois diferentes adjuvantes, o hidróxido de alumínio (HA) e o brometo de dioctadecildimetilamônio em fragmentos de bicamada (DODAB-BF), em linhagens distintas de camundongos de meia-idade. Camundongos BALB/c e A/Sn, com aproximadamente 52 semanas de vida, foram imunizados com três doses da preparação antigênica. A resposta imune subsequente foi avaliada por meio das técnicas de ELISA, immunoblotting, atividade bactericida sérica (SBA) e ELISpot. Os níveis de IgG aumentaram significantemente apenas após a segunda imunização. Após a última imunização os níveis de IgG foram similares entre os animais imunizados com as OMVs complexadas aos adjuvantes. 235 dias após a última imunização apenas os camundongos da linhagem A/Sn apresentaram persistência nos níveis de IgG, principalmente o grupo imunizado com OMVs+HA. Apenas os animais imunizados com OMVs+DODAB-BF e OMVs+HA apresentaram anticorpos com atividade bactericida. As subclasses de IgG predominantes foram IgG2a e IgG2b. A imunização com o regime de três doses gerou anticorpos IgG que reconheceram uma variedade de antígenos presentes nas cepas meningocócicas homólogas e heterólogas avaliadas. Houve um aumento na frequência de células esplênicas secretoras de IFN-γ antígeno-específicas, após estimulação in vitro, nos camundongos imunizados com OMVs e adjuvantes em comparação ao grupo controle, quase um ano após a última imunização. De modo geral, os camundongos da linhagem A/Sn apresentaram uma resposta imune humoral melhor à preparação antigênica utilizada que os camundongos BALB/c. Ambos adjuvantes apresentaram um padrão de resposta semelhante, contudo o hidróxido de alumínio levou a maior persistência de anticorpos IgG nos camundongos A/Sn. A imunização de camundongos de meia-idade gerou uma resposta imune robusta e memória imunológica e parece ser vantajosa.