Identificação e bioecologia dos curculionídeos-das-raízes dos citros de São Paulo e Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Guedes, Jerson Vanderlei Carús
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20191220-143210/
Resumo: Os objetivos do trabalho foram descrever as espécies de curculionídeos-das-raízes dos citros de São Paulo e Minas Gerais, fornecer uma chave para sua identificação e definir a freqüência e os locais de ocorrência; estudar características das fases de ovo, larva, pupa e adulta de Naupactus cervinus Boheman, Naupactus versatilis Hustache e Parapantomorus fluctuosus (Boheman) e da sua oviposição e a distribuição das posturas na planta, bem como estudar a flutuação populacional das principais espécies, em Itapetininga, SP. Foram registradas quatorze espécies de Naupactini, em citros. Onze pertencem ao gênero Naupactus Dejean, sendo elas, Naupactus ambiguus Boheman, Naupactus bellus Boheman, N. cervinus, Naupactus cinerosus Boheman; Naupactus curtus Boheman, Naupactus decorus (Fabricius), Naupactus navicularis Boheman, Naupactus rivulosus (Olivier), Naupactus tarsalis Boheman, N. versatilis e Naupactus virens Boheman; uma ao gênero Teratopactus Heller, Teratopactus nodicollis (Boheman); uma ao gênero Parapantomorus Emden, P. fluctuosus e uma ao gênero Symmathetes (gênero revalidado), Symmathetes kollari Schoenherr. Os Naupactini foram encontrados em todas as regiões citrícolas dos estados de São Paulo e Minas Gerais, com maior diversidade de espécies na região centro-sul do estado de São Paulo. N. tarsalis, P. fluctuosus e N. versatilis ocorreram em um maior número de municípios. A fase de ovo variou de 13,8 a 40,4 dias e os limiares térmicos inferiores de desenvolvimento dessa fase foram de 8,1, 8,3 e 9,9ºC com constantes térmicas foram de 397,7, 385,7 e 294,1 graus dia (GD), respectivamente, para N. cervinus, N. versatilis e P. fluctuosus. No laboratório, a oviposição dos curculionídeos-das-raízes dos citros foi feita em frutos em fendas estreitas, sob o cálice do fruto, independente da sua cor (estágio de maturação), e também em resíduos vegetais e no solo. O porta-enxerto influenciou a duração do período larva-pupa de N. cervinus foi de 143 dias em limão cravo e de 200 dias em Citrumelo Swingle. O período larva pupa de N. versatillus foi de 229 dias em limão cravo. O período ovo-adulto de N. cervinus foi de 162 a 240 dias e de 250 a 269 dias para N. versatilis. Ambas as espécies são univoltinas e apresentaram cinco ínstares larvais. A espécie N. versatilis é potencialmente mais prejudicial aos citros, pois coloca um número maior de ovos (214,6 ovos) do que N. cervinus (120,9 ovos), apresenta maior longevidade (30,9 x 25,2 dias) e consome maior área foliar (31,0 x 15,0 cm2). A maioria dos adultos emergiu de outubro a abril, com picos no início de período. As espécies N. cervinus e N. versatilis foram as mais freqüentes em Itapetininga, SP, embora com picos e épocas diferentes. Em campo, as posturas foram encontradas entre o cálice e a casca dos frutos, em maior número, no interior e nos terços médio e inferior da copa. Ocorreram larvas praticamente o ano inteiro, com picos populacionais no período de junho a janeiro. A população de todas as fases dos curculionídeos foi menor no segundo ano do estudo, provavelmente, em conseqüência da estiagem. Dentre as fases estudadas, os adultos e as larvas, amostrados, respectivamente, com pano-de-batida e em trincheiras no solo, servem à detecção, quantificação e previsão da ocorrência dos curculionídeos-das-raízes dos citros.