Uso de inibidores de protease e alterações do lipidograma e do estado nutricional de crianças e adolescentes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV-1)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Balistiero, Marina Hjertquist Tremeschin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-25072023-155125/
Resumo: Introdução e Objetivo: A proporção de mortes por Aids no Brasil, reduziu de forma significante, após a introdução da terapia antiretroviral de alta potência (HAART). Concomitante aos avanços no tratamento da Aids, foi identificado nos indivíduos adultos infectados pelo HIV, alterações morfológicas causadas pela exposição ao HAART como a lipodistrofia, caracterizada pela redistribuição da gordura corporal, ocorrendo também hiperlipidemia. A terapia HAART é composta por três ou mais antiretrovirais (ARV), sendo o inibidor de protease (IP) frequentemente associado à lipodistrofia. Entretanto, existem poucos estudos clínicos no Brasil, sobre a associação do uso de IP com a síndrome da lipodistrofia, e seu impacto no estado nutricional de crianças e adolescentes, como existe em adultos. Dessa forma o objetivo do presente estudo é descrever e comparar as alterações do lipidograma e do estado nutricional em crianças e adolescentes infectados pelo HIV-1 e em crianças e adolescentes HIV- negativo. Metodologia e Resultados: Trata-se de um estudo longitudinal no qual foram feitas avaliações antropométricas, de composição corporal, de ingestão alimentar e do lipidograma em 35 crianças e adolescentes, infectados pelo HIV-1 divididos em 3 grupos: Grupo 1 (G1) pacientes que não utilizam IP; Grupo 2 (G2) pacientes em uso de IP a mais de dois meses e Grupo 3 (G3) pacientes em uso de IP por um tempo menor ou igual a dois meses e em 16 crianças e adolescentes HIV - negativo, grupo 4 (G4), que foram avaliadas em dois momentos início do estudo (M0) e após doze meses de acompanhamento (M2) e comparadas entre si. Crianças e adolescentes infectadas pelo HIV em uso de IP (G2 e G3), apresentaram maiores níveis de triglicérides quando comparados ao grupo 4, no momento M0 (p=0,003) e no momento M2 (p=0,004). Os níveis de HDL - colesterol apresentaram-se menores para os grupos 1 e 3 quando comparados ao grupo 4, no momento M2 (p=0,004). Após doze meses de acompanhamento, o grupo 2 apresentou os resultados mais baixos com relação aos parâmetros antropométricos e o grupo 4 os maiores, quando comparados aos grupos 1 e 3. Os grupos 2 e 3 apresentaram pior índice estatura/idade e peso/estatura quando comparadas ao G1. O consumo de energia e macronutrientes foram similares entre os grupos. Na análise longitudinal não se observou nenhuma mudança no perfil lipídico para todos os grupos (p > 0.05), exceto um aumento no HDL - colesterol para o grupo 4. Após doze meses de acompanhamento todos os grupos apresentaram melhora no estado nutricional, com aumento de massa corporal magra e gorda. Conclusão: Crianças e adolescentes infectados pelo HIV-1 apresentaram evolução nutricional deficiente quando comparadas ao grupo controle apesar de apresentarem similar ingestão alimentar. Crianças e adolescentes em uso de IP apresentaram maiores níveis de triglicérides, além de uma pior adequação das pregas cutâneas e da circunferência muscular do braço, evidenciando uma provável redistribuição de gordura corporal e o estado clínico/nutricional crítico que esses pacientes se encontravam. Crianças e adolescentes infectados pelo HIV que não fazem uso de IP apresentaram uma eminente dislipidemia com diminuição estatística do HDL - colesterol.