Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Lamas, Caio Túlio Padula |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-10022014-164740/
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Resumo: |
O cinema brasileiro, historicamente caracterizado por sua marginalização no circuito de exibição e distribuição em detrimento do cinema estrangeiro, viveu um período de público significativo e títulos provocantes durante a década de 1970, com a Boca do Lixo, polo de produção cinematográfico localizado nas ruas do Triunfo, Gusmões, Vitória e dos Andradas, centro de São Paulo. Inserida em um contexto de efervescência política e comportamental, seus longas-metragens abordavam os corpos de belas mulheres, em tramas marcadas por elementos eróticos e pornográficos. Ao mesmo tempo, a Censura, órgão federal subordinado ao Ministério da Justiça, tinha como um de seus critérios para os cortes que impunha sobre as produções simbólicas a presença de cenas consideradas imorais e ofensivas ao decoro público. Partindo de questões como as diferenças entre o erotismo e a pornografia e as formas através das quais o poder lidou com a sexualidade ao longo da história do Ocidente, esta pesquisa foca-se na análise de cinco filmes da Boca do Lixo e seus respectivos processos censórios: Amadas e Violentadas (1976), A Ilha dos Prazeres Proibidos (1978), Histórias que Nossas Babás não Contavam (1979), A Noite das Taras (1980) e Mulher Objeto (1981). Neles foi encontrada uma gradação do erótico ao pornográfico, na medida em que se buscava aprimorar a qualidade dos prazeres, passando assim a outro regime de visibilidade. A Censura, por sua vez, atuou a partir de um modelo normativo de sexualidade, separando as abordagens consideradas normais das desviantes. Ao final, conclui-se que os filmes supracitados foram tolerados pela Censura graças à autocensura dos produtores e diretores: atuava-se na linha divisória aceita pelo órgão estatal ou desafiava-se essa linha, uma vez que houvesse recursos de apelação disponíveis e acessíveis. |