A presença francesa em A barca de Gleyre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Bedê, Ana Luiza Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-12052023-120819/
Resumo: Entre as múltiplas facetas de Monteiro Lobato, a história da literatura brasileira privilegia, de um lado, o criador da mais importante obra infantil em nosso país, conhecida a partir de 1921. De outro, o regionalista, voltado para o atraso e a decadência do mundo rural. Por ser um nacionalista ferrenho, hostil à importação infrene das idéias européias, em particular das francesas, foi confundido com um intelectual retrógrado e passadista, incapaz, portanto, de compreender a modernidade e rotulado, ainda, de algoz de uma das mais talentosas pintoras do início do século e inimigo número um da Semana de 22. Essa visão é colocada em xeque em A Barca de Gleyre (1944), obra que reúne a correspondência ativa de Monteiro Lobato com o escritor mineiro Godofredo Rangel entre 1903 e 1943. Durante esse período, os dois amigos trocaram impressões sobre a literatura nacional e estrangeira. Em mais de trezentas cartas, destaca-se a presença da literatura francesa de todos os tempos, abrangendo mais de noventa autores citados. Essa dissertação pretende mostrar, a partir das análises das missivas, a relevância da cultura francesa na formação do escritor Monteiro Lobato. Refutamos, num certo sentido, a idéia de autor xenófobo e anti-galicista. Ao contrário, suas cartas revelam um leitor e \"crítico\" maduro e original, sustentando posições que seriam endossadas por muitos críticos atuais. Entre a plêiade de autores abordados, enfocamos nossa pesquisa em alguns prosadores do século XIX, pois se situam entre os mais apreciados não apenas por Lobato e Rangel, mas por mais de uma geração de escritores brasileiros. Finalmente, detemo-nos na contribuição de Guy de Maupassant na poética do conto lobateano