Avaliação da resiliência de árvores de Eucalyptus grandis W. Hill sob condições de estresse hídrico severo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Nathália Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-10102024-103533/
Resumo: As plantações de eucalipto existentes e as previstas em programas de expansão incluem regiões do país com escassez de água e com alto risco de seca severa, constituindo-se em fator crucial para a sustentabilidade das plantações. Assim, o objetivo avaliar a resiliência das árvores de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden em relação ao seu crescimento em área basal das árvores afetadas pelo estresse hídrico severo e na densidade do lenho. O experimento contou com dois grupos de árvores, controle (C) sob regime normal de chuvas e exclusão (E), ambos avaliados em 3 períodos: Etapa 0 (condições normais de precipitação), Etapa 1 (restrição de 80% de redução da precipitação para o grupo E) e Etapa 2 (retorno as condições normais de precipitação). O monitoramento do crescimento foi realizado utilizando dendrômetros de cinta instalados em 20 árvores de eucalipto para medição periódica do incremento em área basal (IAB) das árvores, também foram feitos, periodicamente, inventários florestais de diâmetro a altura do peito (DAP) e altura total (HT). Ao fim do experimento, as árvores foram derrubadas e seu tronco seccionado a cada 2 m para obtenção do volume pelo método de Smalian, em seguida foram coletados discos de diferentes alturas (base, do DAP e a 25, 50, 75 e 100% da altura comercial) para a estimativa da densidade básica, biomassa e carbono do tronco das árvores. Para biomassa foi utilizado o método direto, com obtenção dos pesos verde e seco em estufa das árvores. Dos resultados obtidos de biomassa, foram considerados 48% como carbono. Para os valores de crescimento foram obtidos os incrementos médios, acumulado e corrente anual, assim como os valores de IAB foram correlacionados com o clima a fim de determinar equação que melhor determina o crescimento em função das variáveis climáticas. Dos discos coletados em campo, foram selecionadas as amostras de DAP para obtenção dos perfis de densidade aparente pelo método de densitometria de raios-X. Os resultados de crescimento das árvores mostraram que houve diferença entre os grupos e entre as etapas do experimento, logo, com o grupo de árvores sob exclusão de chuvas diminuindo seu crescimento em 41,8% durante o primeiro ano, 37,3 % e 37,5% nos dois anos seguintes aos 3 anos de experimento. Do conjunto de variáveis climáticas estudadas as que apresentaram maior influência no crescimento foram a precipitação e a temperatura mínima. O acúmulo de biomassa apresentou diferença significativa entre os grupos, no teste de médias, o p-valor encontrado foi de 0,03, com 1% de significância, nos dois grupos estudados, ao final do experimento as árvores sob estresse hídrico cresceram 30% a menos que o grupo controle. Houve, também, diferença significativa nos valores de densidade aparente entre os grupos de tratamento, indicando que o estresse hídrico afeta a densidade final da madeira. Como conclusão geral, observou-se que o estresse hídrico intenso e prolongado afeta o crescimento das árvores, mas estas tornam-se resilientes e grande capacidade de recuperação com a retomada da disponibilidade de água, com aumento progressivo do incremento nos anos que se seguiram, contudo, apresentaram menor incremento em biomassa e, consequentemente, em estoque de carbono.