Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rego, Renato Chaves de Macedo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-30112020-101600/
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Resumo: |
No início, a teoria de seleção sexual baseava-se somente em episódios pré-acasalamento de competição por parceiros sexuais. Em alguns sistemas de acasalamento, machos tentam monopolizar parceiras através da defesa de recursos usados pelas fêmeas ou guardando diretamente as fêmeas. Em outros sistemas de acasalamento, esse comportamento de monopolização não existe e as táticas dos machos baseiam-se principalmente em achar ou cortejar fêmeas. Em todos cenários, esperava-se usualmente que fêmeas fossem o sexo criterioso na escolha e acasalassem poucas vezes. Contudo, análises genéticas modernas revelaram que frequentemente fêmeas acasalam com diferentes parceiros sexuais, o que permite a ocorrência de episódios de seleção sexual pós-acasalamento, como escolha críptica da fêmea e competição espermática. Agora, para melhor entender processos de seleção sexual, é necessário estimar seleção sexual em diferentes sistemas de acasalamento, integrando episódios de seleção pré e pós-acasalamento. Dessa forma, apresentamos aqui três meta-análises que integram episódios de seleção pré e pós-acasalamento em animais e combinam estimativas de seleção baseadas em indivíduos e em atributos desses indivíduos. No Capítulo 1, mostramos que medidas de sucesso de acasalamento inferidas a partir de testes genéticos produzem estimativas maiores da oportunidade para seleção sexual pré-acasalamento (Is) do que medidas diretas de sucesso de acasalamento. Isso mostra que estimativas genéticas de sucesso de acasalamento não devem ser usadas para calcular-se Is e que elas são mais propícias para o cálculo da oportunidade para seleção sexual pós-acasalamento. Dessa forma, propomos um novo índice de seleção pós-acasalamento: a oportunidade para seleção por fertilização. Sobretudo, nossos resultados mostram também que a oportunidade para seleção sexual pós-acasalamento é comum em animais. No Capítulo 2, mostramos que, quando o comportamento de monopolização ocorre, fêmeas lidam com menor oportunidade para seleção sexual pré-acasalamento e machos lidam com maior oportunidade para seleção sexual pré-acasalamento. Contudo, para ambos sexos, a oportunidade de seleção por fertilização e a oportunidade de seleção total não diferem de acordo com a ocorrência do comportamento de monopolização. Isso mostra que: (i) machos são bem sucedidos em monopolizar fêmeas durante eventos pré-acasalamento, mas fêmeas não são monopolizadas quando se analisa a integralidade dos eventos reprodutivos; (ii) poliandria é comum em animais; e (iii) escolha críptica da fêmea e competição espermática são forças seletivas efetivas. No Capítulo 3, demonstramos pela primeira vez que fêmeas e machos de maior tamanho corporal produzem mais filhotes, corroborando uma antiga hipótese de Charles Darwin sobre a evolução de tamanho corporal em fêmeas. Apesar das vantagens em ser grande quando comportamento de monopolização ocorre, nós também mostramos que indivíduos grandes são igualmente bem sucedidos em diferentes sistemas de acasalamento. Por fim, mostramos que investir em atributos envolvidos em fertilização aumenta o sucesso reprodutivo de machos, demonstrando novamente a relevância de episódios de seleção sexual pós-acasalamento. |