Influência do avaliador no resultado da classificação de terras em capacidade de uso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Focht, Daniele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20191108-122353/
Resumo: O Sistema de Classificação da Capacidade de Uso das Terras (SCCUT) vem sendo utilizado para objetivos diversos daqueles para os quais foi formulado. Portanto, é necessário avaliar como critérios vêm sendo interpretados. A variabilidade induzida pelos avaliadores de SCCUT foi determinada em um estudo de caso, considerando a participação de especialistas com experiências profissionais distintas. Estes avaliadores foram dois professores e uma pesquisadora da área de conservação de solos, e quatro engenheiros agrônomos especializados na valoração de terras. O objeto de estudo foi a área de captação da Microbacia Hidrográfica do Córrego do Ceveiro, localizada no município de Piracicaba, Estado de São Paulo. Esta possui uma área de 1990,4 ha, ocupada em cerca de 66% pelo cultivo intensivo da cana-de-açúcar. Cada avaliador, após a solicitação do material necessário, executou a classificação da capacidade de uso das terras para a microbacia em questão. Para analisar a variação entre as classificações, foram analisados os seguintes aspectos:(a) necessidade de avaliador para executar a classificação, (b) a forma pela qual as classificações de capacidade de uso das terras foram apresentadas e (c) a classificação propriamente dita no que diz respeito às concordâncias espaciais e globais. Para a análise das concordâncias espaciais utilizou-se de um procedimento estatístico da análise multivariada discreta, o parâmetro Kappa (k), que define a qualidade na concordância entre imagens em um sistema de informações geográficas. Para a análise de concordância global foram calculados intervalos de confiança de média e coeficientes de variação. Observações gerais indicaram que houve variação entre os avaliadores na solicitação de material necessário para a classificação. Outra observação foi a ausência de necessidade dos colaboradores, com exceção de um, em obter dados climáticos da região, fator importante no processo de decisão da classificação (Lepsch et al., 1991). Os resultados das classificações de cinco dos sete avaliadores puderam participar das concordâncias espaciais, face dois desses, especialistas na valoração de terras, terem feito classificações cuja distribuição de classes foi apresentada através de porcentagem, não podendo serem convertidas em imagens. Os cinco mapas de classificação foram comparados dois a dois, Os parâmetros k das concordâncias espaciais revelaram uma relação ruim entre as interpretações dos avaliadores 1, 2 e 3, envolvidos com a conservação de solos (k=0,43-0,48) e entre os avaliadores 4 e 5, experientes na valoração de terras, a qualidade de concordância foi considerada razoável (k=0,52). Em contrapartida a maior parte dos cruzamentos entre classificações, indicou concordâncias com qualidade péssima (k=0,23-0,27). As concordâncias globais indicaram a presença de amplos intervalos de confiança e altos coeficientes de variação(39%-260%) para as classes de capacidade de uso. Pela análise dos resultados das concordâncias espaciais e globais, concluiu-se que ocorreu uma grande variação intrínseca ao uso do Sistema de Classificação de Capacidade de Uso das Terras, em função do avaliador. Como causas principais dessa variação, observou-se que:(a) as definições dos critérios para a determinação das classes de capacidade de uso proporcionam várias interpretações, devido a falta de definições objetivas onde encontram-se os esquemas de consulta iniciais; (b) não são todos os usuários do sistema que possuem total domínio sobre a metodologia; (c) o sistema vem sendo utilizado para objetivos que não aqueles a que foi destinado