Aspectos comportamentais de bovinos das raças Angus, Caracu e Nelore a pasto frente à disponibilidade de recursos de sombra e água para imersão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Glaser, Frederico Delbin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-25032008-152804/
Resumo: Os bovinos mantidos em pastagens de regiões tropicais buscam a sombra regularmente como recurso de conforto térmico nos períodos mais quentes do dia. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avançar no entendimento da utilização de recursos de proteção contra o calor, para bovinos de origem zebuína, taurina européia e taurina adaptada em condições climáticas de altas temperaturas. Pretendeu-se quantificar a freqüência de utilização dos recursos de sombreamento e de água para imersão, disponibilizados a pasto para touros da raça Angus, variedade vermelha, Caracu e Nelore, variedade mocha, também avaliando as causas e funções dos diferentes comportamentos, detectando as possíveis preferências por água para imersão ou sombra ou interações entre esses recursos. O experimento foi realizado na FZEA/USP, Laboratório de Biometeorologia e Etologia. Os aspectos comportamentais de seis bovinos machos inteiros de cada raça foram avaliados em três experimentos distintos de mesma metodologia, para três diferentes tratamentos: TS - disponibilidade de sombra de árvores e artificial (malha de polietileno), TSA - disponibilidade de sombra artificial e de água para imersão, e TA - disponibilidade de água para imersão. Os registros das temperaturas de globo negro e da umidade relativa do ar foram tomados a cada 15 minutos entre o amanhecer e o anoitecer, juntamente com as variáveis comportamentais dos animais: posição (ao sol, à sombra natural e artificial ou na água), postura (em pé ou deitado) e atividades (pastejo, ruminação, deslocamento, ócio ou outras atividades). Os resultados dos experimentos mostraram que animais da raça Angus utilizam com frequência os recursos de proteção contra o calor durante grande parte do dia, especialmente nos momentos onde a temperatura é mais elevada, a sombra é a opção utilizada na maior parte das vezes, mas a água pode ser utilizada quando a sombra não está disponível. As atividades de ruminação e ócio foram realizadas majoritariamente enquanto os animais estavam sob a sombra e deitados. O pastejo ocorreu com maior frequência nos horários onde as temperaturas foram mais amenas. Para os animais da raça Caracu, o uso da sombra ocorreu numa frequência moderada e o da água foi baixo, mesmo quando as temperaturas foram mais elevadas, e a atividade de pastejo ocorreu de forma distribuída durante todo o dia e de forma mais intensa ao amanhecer e entardecer. Os animais da raça Nelore não utilizaram os recursos de defesa contra o calor, mesmo quando as temperaturas foram mais elevadas. Concluiu-se que os bovinos optam por utilizar o sombreamento como recurso de defesa contra as temperaturas elevadas e a radiação solar direta, e que na ausência de sombreamento podem utilizar a água para imersão como recurso secundário de proteção contra o calor. O menor nível de tolerância ao estresse ocasionado pelo calor faz com que animais menos adaptados ou que possuam a termólise prejudicada procurem os recursos de termólise com maior frequência e intensidade. Raças mais adaptadas possuem uma maior amplitude de tolerância ao estresse térmico.