Fronts Islamistas no Brasil: prenúncios de uma radicalização incompleta face ao fundamentalismo existencial 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Begeres Bisneto, Victor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-12122019-170616/
Resumo: Esta tese se dedica ao estudo do fundamentalismo islâmico no Brasil, em especial se há indícios da vertente jihadista, tema ainda opaco nas pesquisas acadêmicas do país e pouco sensível à sociedade brasileira, mais habituada com repercussões globais acerca do assunto. A partir dos recursos metodológicos oferecidos pela história oral e pela cartografia temática, pudemos traçar um perfil de algumas das mais importantes comunidades muçulmanas que aqui se constituíram, que a despeito de seu tamanho reduzido no conjunto da população, têm se expandido para novas regiões fora do eixo sul-sudeste, onde estão consolidadas há mais tempo. O contato com elas foi crucial para conhecermos a forma como elas percebem e reagem a temas sensíveis como o extremismo religioso e aos supostos estigmas aos quais muitas vezes são submetidas. Ainda que seja improvável a tendência de doutrinação jihadista dentro das mesquitas por suas lideranças, dado ao caráter pacífico que manifestam, fora delas há suspeitas sobre a ligação de muçulmanos brasileiros com o Hezbollah (Libanês), com o Estado Islâmico e que se articulam via redes sociais e dispositivos de comunicação. Amparados pela recente lei antiterrorismo (n.13.260/2016), a Polícia Federal e o Ministério Público Federal detectaram indícios e investigaram alguns desses muçulmanos que supostamente integravam células jihadistas. Diante desse quadro, propomos uma reflexão teóricoconceitual para esclarecer as origens, desmistificar os significados e analisar os contextos em que se insere o chamado fundamentalismo islâmico contemporâneo, e investigamos se o Brasil oferece um ambiente fértil para a radicalização islâmica. Ao que parece, a tese de que o autodidatismo religioso, os ambientes virtuais e o oportunismo de alguns dos que seguem islam, associados à modernidade que enseja comportamentos cada vez mais niilistas do ponto de vista filosóficoexistencial, parecem se firmar como o retrato de uma radicalização incompleta, improvável, mas não impossível.