Contradições no ensino de física do nível médio: relações entre teoria e prática na experimentação e avaliação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Almir Guedes dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-31052021-170021/
Resumo: Esta pesquisa qualitativa envolve um estudo de caso no nível médio de uma escola pública do Rio de Janeiro, em que observamos o trabalho docente de uma equipe de nove professores de física durante o início de aplicação de uma nova regra que torna obrigatória aulas em laboratório escolar. O referencial teórico de base é a teoria sócio-histórico-cultural da atividade, incluindo Vygotsky, Leontiev e, sobretudo, Engeström. Assim, buscamos compreender como se manifestam e porque ocorrem contradições entre experimentação e avaliação escolares nas atividades de ensino de física. Para tal, além de acompanhar os professores em aulas, com uma turma por docente, e observar reuniões da equipe de física, a presente pesquisa contou com a participação de outros membros da escola, a saber: técnico de laboratório, aluna representante de turma, coordenadora pedagógica, diretor pedagógico, coordenador geral e professor de outra unidade escolar. Os instrumentos de registros envolveram questionários, entrevistas individuais e grupo focal, além de termos utilizado os recursos auxiliares caderno de campo e gravador de áudio. Então, após organizar os dados em quatro níveis de análise (professor; equipe; unidade escolar; e escola), procuramos identificar e explicar contradições nas atividades de ensino de física nestes níveis escolares. Assim, verificamos que os professores de física resolvem problemas escolares pautados na lógica formal, de modo que atribuem sentidos que revelam visões dicotômicas e hierárquicas, assim como foi evidenciado para outros participantes. As tensões resultantes das dicotomias sugerem contradições nas atividades de ensino de física, que estão relacionadas a disputas no cotidiano escolar entre tradição (conservação) e busca de renovação (mudança) no ensino de física. Então, a partir dos resultados obtidos na análise de dados, defendemos a tese de que experimentação e avaliação possuem contradições nos sistemas de atividade do ensino de física ao nível médio para a equipe de física de uma escola pública, as quais decorrem de relações dicotômicas e hierárquicas entre teoria e prática vinculadas, sobretudo, à tradição do ensino e da ciência em suas relações com a lógica formal e a divisão entre trabalhos manuais e intelectuais.