Caracterização das conexões intrínsecas entre os núcleos dorsal e mediano da rafe e a região supralemniscal do rato.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Stefani de Moura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42137/tde-10092020-200258/
Resumo: A maioria dos neurônios serotonérgicos no cérebro é contido em três grandes grupamentos diferentes, estão presentes nos núcleos dorsal da rafe (DR), no núcleo mediano (MnR) da rafe, e também na região supralemniscal, designada grupamento B9. O DR e MnR foram implicados em uma gama de funções fisiológicas, e particularmente em diferentes respostas fisiológicas relacionada ao estresse. Devido a uma organização difusa, quando comparado com o DR e MnR, pouco é conhecido sobre as conexões e funções do grupamento B9. Apenas poucos dados na literatura indicam que o DR, MnR e B9 são interconectados reciprocamente. Contudo, acumulam evidências de que esses núcleos, tradicionalmente considerados serotonérgicos, na verdade, são altamente heterogêneos, contendo populações de neurônios com fenótipos neuroquímicos, projeções, e propriedades eletrofisiológicas distintas. Porém, até o momento, o exato padrão das conexões intrínsecas entre o DR, MnR e B9, assim como o fenótipo neuroquímico dos neurônios dando origem a elas, ainda não foram investigados de forma sistemática. Desta forma, visamos nesse estudo, investigar através de métodos de rastreamento neural combinados com métodos de imunofluorescência, a exata topografia e o fenótipo neuroquímico das conexões entre DR, MnR e o grupamento B9. As injeções dos traçadores retrógrados e anterógrados no DR e MnR, revelaram que eles são interconectados de forma recíproca. Identificamos as asas laterais do DR (DRL) como a principal fonte das projeções do DR para o MnR e B9, como também, o principal alvo de axônios provenientes do MnR. Através da dupla-marcação para serotonina (5-HT) e para o transportador vesicular de glutamato do tipo 3 (VGLUT3), verificamos que no MnR e no grupamento B9, apenas 50% dos neurônios imunomarcados exibem um fenótipo serotonérgicos. As combinações de rastreamento retrógado com imunofluorescência para 5-HT e/ou VGLUT3 revelaram que 95% das aferências do DR para o MnR foi originada de neurônios não-serotonérgicos, não-glutamatérgicos nas asas laterais (DRL). Além disso, poucos neurônios glutamatérgicos, serotonérgicos, ou com um fenótipo misto, em outras sub-regiões do DR contribuíram para as projeções do DR para o MnR. Esses resultados indicam que DR, MnR e B9 são interconectadas de forma recíproca, e destacam o DRL como a principal fonte e alvo dessas projeções intrínsecas. E caracterizam ainda mais o DR, MnR e o B9 como grupamentos altamente heterogêneos, apresentando vários tipos de neurônios com fenótipos neuroquímicos distintos.