Fadiga e capacidade para o trabalho em trabalhadores de indústrias têxteis e responsabilidade social empresarial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Metzner, Ricardo Jorge
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-10022021-233948/
Resumo: Objetivo. Verificar se há diferenças de capacidade para o trabalho, percepção de fadiga e de condições de trabalho entre trabalhadores de indústrias têxteis que se encontram em diferentes estágios de responsabilidade social empresarial (rse). Justificativa. O tema rse é atual e de destaque nos meios empresariais, havendo a perspectiva de ampliação do número de empresas que se interessem e desenvolvam projetos área de rse, e conseqüentemente um aumento no número de trabalhadores que trabalhem em empresas que desenvolvam projetos deste tipo, não se conhecendo os efeitos com relação à percepção de fadiga e de capacidade para o trabalho que podem ocorrer nesta situação. Método. Cento e vinte e seis trabalhadores das áreas operacionais de tecelagem e urdimento de 5 fábricas localizadas no Estado de São Paulo responderam a um questionário de caracterização demográfica, do trabalho e de características de vida, a auto-avaliações sobre fadiga, condições de trabalho e índice de capacidade do trabalho. As fábricas pertencem a 3 empresas têxteis brasileiras distintas (1 empresa com uma fábrica e 2 empresas, cada uma com 2 fábricas), que obtiveram diferentes níveis de pontuação em rse, avaliado a partir de questionário específico. Dos 126 trabalhadores, 70 foram individualmente entrevistados, para avaliar as percepções sobre rse e condições de trabalho nas respectivas empresas bem como possibilitar a apresentação de sugestões para ações em temas rse e melhoria das condições de trabalho. Resultados. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (para p < 0,05) entre os resultados das auto-avaliações de fadiga, e do índice de capacidade para o trabalho, entre os trabalhadores e trabalhadoras dos 2 grupos de pontuação de indicadores de rse. As condições de trabalho foram avaliadas como melhores no grupo de maior pontuação (p = 0,008), sendo porém a causa principal o não fornecimento de refeições em 2 das 3 fábricas do grupo de menor pontuação. As sugestões de investimentos em rse relacionam-se a gerar apoio a comunidades carentes e de desenvolvimento de comunidades, (creches, escolas e saúde), projetos de preservação ambiental e, com relação às sugestões de melhoria das condições de trabalho, a possibilidade de estudar, de aperfeiçoamento técnico, melhor ambiente físico (ruído, calor), melhor relacionamento com as chefias, maior reconhecimento da empresa por seus esforços e maior autonomia são semelhantes nas 5 empresas. Modelos de regressão multivariada indicam fatores semelhante nos dois grupos para explicar as percepções de fadiga e de capacidade para o trabalho. Conclusões. O fato de uma empresa ter diversos projetos na área de rse, não implica, necessariamente, que as condições de trabalho sejam melhores ou que os seus trabalhadores tenham percepção de fadiga menor ou que a capacidade para o trabalho maior, se comparada a outras empresas que não têm projetos deste tipo. Recomendamos: 1) que o público interno seja incluído dentro dos programas de rse 2) que os trabalhadores participem do estabelecimento destes programas 3) que se façam novos estudos, com grupos maiores e por períodos mais longos, sobre eventuais impactos na saúde e segurança dos trabalhadores.