A resolutividade no subsistema de atenção à saúde indígena em uma unidade de referência no estado do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Eghrari, Bahiyyeh Ahmadpour
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-11112024-121931/
Resumo: Introdução: A resolutividade é um dos princípios do Sistema Único de Saúde no Brasil e uma diretriz da atenção básica, capaz de resolver os problemas de saúde dos usuários em diferentes níveis de complexidade, avaliá-la é um meio de analisar os serviços a partir do atendimento ofertado à população. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS) integra este sistema, respeitando as especificidades das populações indígenas. Objetivo: Analisar a resolutividade no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no estado do Amazonas através da percepção de profissionais, gestores e usuários e dos relatórios de contrarreferência no período de 2018 a julho de 2021. Método: Estudo descritivo e transversal, de abordagem mista (QUAL-quan), desenvolvido em três etapas: (1) entrevistas gravadas com profissionais e gestores de saúde sobre a percepção destes atores sobre o fenômeno estudado, por meio de um questionário semiestruturado; (2) entrevistas com usuários que versaram sobre as características dos indígenas atendidos e a satisfação no atendimento recebido na CASAI-Manaus e na rede de saúde e; (3) análise dos relatórios de contrarreferência, identificando o perfil biosociodemográfico e a resolutividade dos casos recebidos na CASAI-Manaus, no período de 2018 a julho de 2021. Foram entrevistados 18 profissionais de saúde e gestores, 25 usuários indígenas alojados na CASAIManaus no período da coleta de dados e 1.190 relatórios de contrarreferência foram analisados. A análise dos dados quantitativos foi realizada por meio de estatística descritiva e os dados qualitativos foram analisados à luz da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e da teoria hermenêutica de Paul Ricoeur. Resultado: O itinerário terapêutico do indígena amazonense no SASI-SUS envolve processos de cuidados multifacetados e diversos atores neste percurso, apresentando desafios diversos na busca da resolução do seu problema, principalmente na vinda à capital para atendimento na média e alta complexidade. O trabalho dos profissionais e gestores dependem de uma sincronia entre os DSEI e a rede de saúde, que são fundamentais para a articulação do cuidado do usuário indígena e na resolução dos problemas. A enfermagem é uma categoria essencial nas produções do cuidado na CASAI, com alt as demandas essencialmente administrativas e assistenciais, sobrecarregando esses profissionais, dificultando a realização de ações de Educação Permanente, por exemplo. A satisfação dos indígenas está relacionada, principalmente, a fatores sobre o acolhimento recebido pelos profissionais da CASAI-Manaus, e as insatisfações ao tempo de espera do atendimento na rede de saúde, no comportamento dos outros usuários, na falta de autonomia em poder sair da instituição, na distância de casa, na precariedade da infraestrutura e na demora da compra e emissão de passagem na alta. Conclusão: A CASAI é uma instituição que vai além de um centro de apoio ou alojamento, sendo um ponto de articulação entre os diferentes níveis de atenção aos indígenas e um local potente para produções de cuidados e de saberes, tal como da construção de suas relações, resultando em um espaço resolutivo que enfrentam desafios que ainda necessitam ser superados para maior resolutividade do sistema de atenção à saúde do indígena.