O argumento no trabalho de campo: abordando a sucessão ecológica na floresta da USP, campus de Ribeirão Preto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Grandi, Luziene Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-30092011-151048/
Resumo: Neste trabalho investigamos como são as interações discursivas que podem levar à promoção da enculturação científica durante uma atividade de trabalho de campo, relacionado à Ecologia, em uma área reflorestada. Várias perspectivas do campo da linguagem e ensino de Ciências nortearam este trabalho, dentre elas as pesquisas que consideram que a prática da argumentação em aula seja essencial para aprender Ciências, já que argumentar é inerente ao próprio discurso científico. Concebendo a Ciência como cultura, outras pesquisas discutem a importância de se envolver os alunos em atividades nas quais eles aprendam linguagens, regras, valores, conceitos da Ciência e como ela é construída ao longo do tempo, de forma a se posicionarem criticamente diante de situações que envolvam tomadas de decisões respaldadas em conhecimento científico. Contudo, raras atividades desenvolvidas em espaços não formais de ensino são amparadas pelos pressupostos apontados anteriormente, como por exemplo, os trabalhos de campo em ambientes naturais. Versando sobre os aspectos mencionados, foi elaborada uma atividade subdividida em três episódios: contextualização do trabalho de campo, realização do trabalho de campo e discussão dos dados coletados no trabalho de campo. O primeiro e o terceiro episódios ocorreram no Laboratório de Ensino de Biologia e o desenvolvimento do trabalho de campo ocorreu dentro da Floresta da USP, ambos no campus de Ribeirão Preto. Metodologias provenientes da Ecologia de Comunidades Vegetais foram empregadas, problematizando-se os possíveis estágios de sucessão ecológica do ambiente. Participaram da atividade dois monitores (estudantes do curso de Ciências Biológicas da USP, do mesmo campus) e alunos do sétimo ano do ensino fundamental. Inicialmente, toda a atividade foi videogravada e transcrita. Sua análise se deu com base nos elementos estruturais do Padrão de Argumentação de Toulmin e na verificação dos tipos de situações discursivas presentes. Averiguou-se, então, que turnos de falas durante toda a atividade compuseram um argumento geral construído a partir do problema proposto no trabalho de campo. Poucos argumentos pontuais também foram encontrados. No entanto, as falas dos alunos contribuíram minimamente com a construção de ambos os argumentos, predominando as falas dos monitores. Constatou-se também que aos alunos foi proporcionada uma vivência na qual um argumento, previamente delineado pelos monitores, pouco a pouco foi constituído. Porém, o contexto de produção desse argumento foi uma situação explicativa, a qual pode ser identificada pelos marcadores \"presença de uma única ideia (opinião)\" e \"justificativa de uma única ideia (opinião)\".