Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gallo, Caroline de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-17102018-123527/
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Resumo: |
Introdução: Déficits de altura-para-idade (DAI) descrevem falhas no crescimento da criança e estão associados a condições de saúde e socioeconômicas. Evidências sugerem que intervenções durante os primeiros 1000 dias de vida são mais efetivas para reduzir a carga global de DAI. Entretanto, há evidências de recuperação do DAI após este período, fenômeno chamado de catch-up growth (CUG). O CUG descreve um rápido crescimento linear que permite o indivíduo acelerar para e, em condições favoráveis, voltar a sua curva de crescimento pré-doença. Contudo, não há uniformidade na definição operacional de CUG e existem divergências acerca do melhor mensurador do CUG, fator decisivo nas conclusões sobre o tema. Objetivos: Analisar evidências de crescimento acelerado entre crianças e adolescentes de populações multiétnicas utilizando distintas formas de mensuração e caracterizar aspectos epidemiológicos do CUG. Métodos: Utilizaram-se bases de dados de populações multiétnicas. Medidas de altura foram convertidas em escore-z a partir do padrão e referência OMS (2006/07). O CUG foi avaliado pelo escore-z altura-para-idade (HAZ) e pela diferença altura-para-idade (HAD), em centímetros, por meio da variação destes índices e pela canalização do crescimento, utilizando três valores de amplitude de canal (0,67, 0,75 e 0,86 desvio-padrão), assim como pela recuperação do DAI inicial. Os efeitos dos fatores associados ao crescimento sobre o CUG foram estimados em modelos de regressão de Poisson e análise multinível. Entre as variáveis independentes configuraram características socioeconômicas, maternas e da criança e variável contextual indicando o nível de desenvolvimento do país. Resultados: Nas coortes Young Lives e nas Filipinas o HAZ declinou nas idades iniciais e aumentou até o último seguimento. O HAD, contudo, indicou aumento do déficit de altura até o último acompanhamento. Em São Paulo e na Grã-Bretanha ambos índices apresentaram incremento entre os períodos inicial e final, indicando melhoria do estado nutricional. Houve desigualdade de ambos indicadores entre os estratos socioeconômicos. Maiores prevalências de DAI ocorreram nos países menos desenvolvidos, em áreas rurais, em domicílios sem acesso a saneamento e em indivíduos com baixo peso ao nascer, episódios de diarreia na infância e cujas mães possuíam baixa estatura e menor escolaridade; houve relação dose-resposta com o quinto de renda. Houve substancial recuperação do DAI em todos países, com maiores taxas nos mais desenvolvidos. A incidência de CUG a cada cinco anos variou de 7,9% a 15,4% entre 1 e 12 anos de idade e foi 1% nas Filipinas entre 0 e 19 anos. Em todos os estudos, o grupo com DAI inicial obteve as maiores incidências. A maior parte dos indivíduos que se recuperaram do DAI inicial apresentaram crescimento acelerado considerando os três limites de canalização. O número de eventos de CUG durante a trajetória de crescimento foi o principal determinante da ocorrência de CUG final e recuperação do DAI, bem como o grau de DAI inicial e o estrato socioeconômico. Os efeitos randômicos sobre estes desfechos variaram em torno de 9%. Conclusões: Os resultados indicam potencial para o CUG e recuperação do DAI. O uso de distintos mensuradores levou a interpretações divergentes acerca da ocorrência de CUG. |