Análise comparativa dos resultados obtidos com a prostatectomia radical laparoscópica realizada pelos acessos transperitoneal e extraperitoneal durante a curva de aprendizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Siqueira Junior, Tibério Moreno de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-25062009-114950/
Resumo: Introdução: A curva de aprendizado em prostatectomia radical laparoscópica (PRL) pode variar de 10 a 150 procedimentos. Nesta fase, observa-se o maior número de complicações perioperatórias e conversões, além de resultados oncológicos e funcionais precários. Neste estudo, foram comparadas duas séries iniciais de PRL, realizadas pelos acessos transperitoneal (PRLT) e extraperitoneal (PRLE). Objetivos: Comparar os resultados obtidos com a realização da PRL pelos acessos transperitoneal e extraperitoneal durante a curva de aprendizado, avaliando-se os resultados perioperatórios, oncológicos e funcionais. Pacientes e métodos: Procedeuse a uma análise comparativa retrospectiva entre os dados das primeiras 40 PRLT realizadas no Hospital Getúlio Vargas de Pernambuco (grupo 1) e os dados das primeiras 40 PRLE realizadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (grupo 2). Resultados: Comparando-se as variáveis trans-operatórias dos grupos 1 e 2, observamos diferenças estatísticas na preservação dos feixes vásculonervosos (77,5% vs 90%; p=0,008), tempo cirúrgico total (175,0 min vs 267,6 min;p<0,001) e da perda sanguínea estimada (177,5 ml vs 292,4 ml; p<0,001). Duas complicações (5%) foram observadas no grupo 1 (sangramento e lesão retal) e quatro (10%) ocorreram no grupo 2 (sangramento-2, lesão retal e de bexiga). Conversão para procedimento aberto foi necessária em um caso em cada grupo (2,5%). No período pósoperatório, as principais diferenças estatisticamente significantes entre os grupos 1 e 2 foram observadas nas comparações do tempo de internamento, do tempo de uso de catéter uretral, no uso de opióides, na recorrência bioquímica, na taxa de continência urinária e no tempo médio de seguimento. Nenhuma diferença estatística foi observada na incidência de complicações precoces (17,5% vs 17,5%; p= 1,000), porém três complicações maiores foram observadas no grupo 1, levando ao óbito de um paciente neste grupo. Dentre as complicações pós-operatórias tardias, observou-se uma diferença estatística quando se comparou a taxa de complicações menores entre os grupos 1 e 2 (30% vs 15%; p=0,004). Na comparação dos resultados oncológicos entre os grupos 1 e 2, observou-se diferença estatística no número total de margens cirúrgicas positivas (MCP) (10,3% vs 32,5%; p=0,016) e no estadiamento patológico (pT2: 94,8% vs 70% e pT3: 5,2% vs 30%; p=0,005). Correlacionando-se o achado de MCP e estadiamento patológico, observou-se que a maioria das MCP no grupo 1 ocorreu no estadio pT2 (75%), ao passo que 77% das MCP no grupo 2 ocorreu no estadio pT3. Conclusões: O acesso transperitoneal mostrou-se mais eficiente que o acesso extraperitoneal para a realização da prostatectomia radical laparoscópica durante a curva de aprendizado, porém enfatizando que a taxa de complicações graves foi maior quando este acesso foi utilizado.