Sociedade sambaquieira, comunidades marítimas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Calippo, Flávio Rizzi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-23062010-160307/
Resumo: Tendo como referencial teórico abordagens focadas na Arqueologia Marítima (MUCKELROY, 1978; ADAMS, 1998, 2002), na Antropologia Marítima (MALINOWSKI, 1986 [1922]; DIEGUES, 1998) e em estudos de Percepção Ambiental (INGOLD, 2000), buscou-se desenvolver e testar a hipótese de que, embora houvesse uma unidade cultural que permitisse o estabelecimento de uma ampla sociedade sambaquieira, os povos dos sambaquis estariam organizados em comunidades costeiras regionais, as quais teriam se desenvolvido e se organizado em diferentes comunidades marítimas, costeiras e fluviais, em conseqüência dos diferentes modos com que eles se relacionariam (dialeticamente) com o ambiente. Para sustentar tal hipótese foi elaborado um modelo de predição de sítios submersos e realizadas análises da composição isotópica do estrôncio (HÖLZL, 1997; PRICE et al., 2000; BENTLEY et al, 2003; HODELL, 2004), do carbono e do oxigênio (KEITH, 1964; COSTA, 2000; MIZUTA, 2007) presentes (em amostras de conchas e ossos humanos) em sambaquis localizados ao longo do médio e baixo Vale do Ribeira, bem como em sítios do litoral central (Baixada Santista e Bertioga) e norte do estado de São Paulo (Ubatuba). Essas evidências foram correlacionadas à abordagem teórica através de uma proposta elaborada a partir do estudo dos processos de formação do registro arqueológico desenvolvidos por Schiffer (1972). Com base nessas análises, além de diferenciar os povos do médio Ribeira dos sambaquieiros do litoral, foi possível, entre outras, propor uma fronteira cultural entre os conjuntos de sítios do litoral sul/centro do estado de São Paulo e os sambaquis do litoral norte de São Paulo/sul do Rio de Janeiro. Especificamente em relação aos sambaquis de Cananéia, a análise isotópica das conchas evidenciou, ainda, que os locais e os propósitos da coleta estariam mais relacionados a aspectos culturais do que à simples exploração dos recursos mais abundantes.