Autoestima de trabalhadores terceirizados do setor de conservação de higiene e limpeza de hospitais privados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bragança, Cléria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10112022-160707/
Resumo: No Brasil, o setor hospitalar vem utilizando de forma progressiva a terceirização dos seus serviços, ou seja, a contratação de agentes terceiros para suprir a sua força de trabalho, visando redução de custos e melhora da competitividade no mercado. Este estudo tem por objetivo analisar a autoestima de trabalhadores terceirizados de serviços de higiene e limpeza em instituições hospitalares privadas. Trata-se de pesquisa do tipo exploratória, descritiva, de abordagem qualitativa dos dados, tendo como cenário duas instituições hospitalares privadas que possuem serviços de conservação de limpeza e higiene de uma cidade no interior de Minas Gerais, classificadas como pertencentes ao grupo III segundo a Portaria nº. 82/2014 do Ministério da Saúde. Os participantes foram trabalhadores terceirizados dos serviços de higiene e limpeza que atuam nas instituições hospitalares selecionadas. Para a coleta de dados foram utilizados dois roteiros: questionário de identificação de dados sociodemográficos elaborado pela pesquisadora, apresentando tempo de preenchimento de no máximo cinco minutos; entrevista semiestruturada individual com questões sobre a sua autoestima, com duração aproximada de 20 a 30 minutos. As entrevistas ocorreram em local arejado, limpo e seco; foram gravadas, posteriormente transcritas e feita análise temática indutiva dos dados. Em virtude da Pandemia COVID19, a pesquisadora realizou a coleta de dados individualmente, seguindo protocolo das instituições. A amostra do estudo constitui-se de 15 trabalhadores. Observou-se a prevalência do sexo feminino e a idade média foi de 41 anos, variando entre 24 e 60 anos de idade. Quanto à escolaridade, duas pessoas (13,3%) dos trabalhadores afirmaram ter ensino fundamental completo, sete pessoas (46,7%) têm ensino fundamental incompleto. Quanto ao tempo de serviço, foi constatado que seis trabalhadores (40%) atuam há mais de cinco anos na função, o que evidencia uma população experiente. No que se refere ao tempo de atuação no local de trabalho, três (20%) trabalhadores tem menos de um ano e nove (60%), está entre um a cinco anos no trabalho, demonstrando elevado índice de rotatividade no serviço. A análise dos dados permitiu identificar aspectos positivos do trabalho relacionados a autoestima como satisfação pessoal e profissional, horários flexíveis, benefícios, ambiente de trabalho e relacionamento com colegas e chefia. Os dados também revelaram aspectos limitantes podendo afetar de forma negativa a autoestima do trabalhador e levando a insatisfação, tais como o acúmulo de funções assistenciais pelo número reduzido de trabalhadores. A pesquisa auxilia para o avanço da ciência e conhecimento, uma vez que agrega aspectos relacionados a autoestima de trabalhadores terceirizados de serviços de higiene e limpeza em instituições hospitalares privadas. O estudo contribui para provocar a reflexão de gestores do serviço de limpeza de hospitais quanto à importância de garantir condições que favoreçam a diminuição da exposição dos trabalhadores às cargas de trabalho referentes a mudanças que aconteçam, internas e externas, bem como promover ações educativas e coletivas relacionadas à adequação do ambiente laboral e das práticas de trabalho realizadas neste contexto.