Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vasconcelos, Isis Gomes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-28052020-193507/
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Resumo: |
Este trabalho apresenta uma abordagem experimental da moralidade orientada pela noção de multideterminação do comportamento e o princípio de seleção por consequências. É composto por um trabalho de revisão da produção experimental sobre a moralidade e uma proposta empírica de investigação dos valores morais endereçada em dois experimentos. O estudo experimental da moralidade é dedicado à investigação de variáveis distais, presentes na história da espécie, e variáveis proximais, identificáveis na história de vida do organismo. A partir disso, oferece descrições como os seres humanos classificam as condutas em certas ou erradas e utilizam essas classificações para pautar o próprio comportamento e produzir consequências para o comportamento de seus pares a fim de coibir o egoísmo e favorecer interesses coletivos. No nível proximal de análise, o estudo dos valores que subordinam as condutas é majoritariamente apoiado numa análise dos usos dos termos valorativos, tendo o comportamento verbal como dado principal. Sustentamos neste trabalho que a diversidade de convenções culturais, dos temas que compõem normas de obrigações, permissões e proibições num grupo, pode ser investigada por meio de procedimentos de responder relacional, tomando como base a literatura sobre comportamento simbólico. A parte empírica deste trabalho propõe o uso do procedimento de avaliação de relações implícitas (implicit relations assessment procedure IRAP) como uma alternativa ao uso de procedimentos de autorrelato para a identificação de valores de justiça e pureza. O dado básico do IRAP é a latência média da resposta a conjuntos de estímulos verbais consistentes ou não entre si. No primeiro estudo, 20 participantes primeiro responderam ao questionário de bases morais (Moral Foundations Questionnaire MFQ) e, em seguida, a um IRAP apresentando os mesmos conteúdos sobre justiça e pureza. Os resultados diferiram a depender do procedimento. No questionário os participantes apresentaram alta frequência de concordância com valores de pureza e alta frequência de discordância com valores de pureza. No IRAP, a frequência de concordância foram aproximada entre os dois valores. O Estudo 2 introduziu uma comparação entre dois grupos pré-experimentalmente diferentes a fim de verificar se os procedimentos seriam capazes de corretamente diferenciar os participantes de um e outro grupo com base em suas respostas a valores de pureza e justiça. A variável pré-experimental verificada foi a presença ou ausência de vivência religiosa do participante. A literatura do MFQ demonstra que participantes religiosos tendem a demonstrar concordância com ambos os valores enquanto participantes não religiosos tendem a demonstrar concordância com valores de justiça e discordância de valores de pureza. Ambos os procedimentos apontaram diferenças estatisticamente significativas no padrão de resposta em função do grupo, mas o desempenho dos participantes foi, assim como no Estudo 1, diferente em função do procedimento. Os resultados do MFQ no Estudo 2 reproduziram o padrão observado na literatura enquanto os resultados do IRAP indicaram ausência de concordância com valores de pureza entre os participantes religiosos. Concluímos apresentando questões futuras para a pesquisa experimental sobre valores morais |