O fardo do passado e a imobilidade no presente: possibilidades realistas em Angústia e Uma abelha na chuva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Yoshida, Miguel Makoto Cavalcanti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-09052019-120508/
Resumo: O objetivo desta tese é realizar uma análise comparativa de Angústia, de Graciliano Ramos, e Uma abelha na chuva, de Carlos de Oliveira tomando como aspecto central a paralisia no presente dos protagonistas e das relações entre as diferentes classes sociais no interior das narrativas. Os autores procuram figurar os destinos humanos de setores das classes dominantes de cada um dos países que, sem serem protagonistas do processo de modernização capitalista, buscam ou retomar a posição de dominação ou impedir qualquer mudança; com isso procuramos demonstrar a possibilidade de figuração das forças sociais em luta na realidade. É parte do nosso problema também a estruturação das obras a partir de técnicas como o monólogo interior, no caso do romance brasileiro, e da adoção dos pontos de vista dos diferentes personagens por parte do narrador da narrativa portuguesa. Nossa comparação consiste, então, em compreender como apesar das inovações formais mencionadas eles não eternizam as angústias vividas pelos personagens, antes as enraízam nas relações sociais estabelecidas por eles dentro da dinâmica do romance; estas por sua vez remetem à realidade histórica da produção das obras. Tomamos como ponto de partida, aqui, a teoria do realismo tal como desenvolvida por G. Lukács, com a ressalva de que a compreendemos como um método e não um modelo, ou seja, uma atitude diante do real e não um conjunto de normas de composição.