Aspectos da ciclagem de nutrientes e do microclima em talhões de Eucalyptus camaldulensis Dehnh Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e Eucalyptus torelliana F. Muell

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: Schumacher, Mauro Valdir
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20191218-150559/
Resumo: Na Austrália, segundo a intensidade com que as copas recobrem o solo, as florestas são classificadas como: abertas típicas, abertas altas e fechadas. Nesta pesquisa, estudou-se à ciclagem de nutrientes e características do microclima em talhões formados pelas espécies de E. camaldulensis, E. grandis e E. torelliana, que pertencem respectivamente a cada tipo de floresta. Os talhões das três espécies localizam-se na Estação Experimental de Ciências Florestais de Anhembi, entre as coordenadas geográficas de 22° 43’ de latitude sul e 48° 10’ de longitude oeste e altitude 500m, no município de Anhembi, Estado de São Paulo, onde o clima é do tipo CWa (segundo a classificação de Koppen) caracterizado como mesotérmico de inverno seco e a precipitação média anual variando de 1100 a 1300mm. Na região predomina o solo podzólico vermelho amarelo de baixa fertilidade e textura arenosa média. A deposição de folhedo foi estudada de junho de 1989 até maio de 1991 sendo que no início das coletas os talhões de E. camaldulensis e E. grandis tinham 7 anos e o E. torelliana 10 anos de idade. No talhão de E. camaldulensis foi observada uma deposição anual de 7.2 t/ha contendo 65.1 Kg de N, 2.7 Kg de P, 28.3 Kg de K, 74.4 Kg de Ca e 11.9 Kg de Mg. O E. grandis depositou anualmente 3.1 t/ha contendo 24 Kg de N, 1 Kg de P, 12.3 Kg de K, 23.6 Kg de Ca e 6.1 Kg de Mg. O E. torelliana depositou 5.8 t/há contendo 67.2 Kg de N, 3.1 Kg de P, 43.7 Kg de K, 43.6 Kg de Ca e 12.3 Kg de Mg. A produção de fitomassa arbórea para o E. camaldulensis aos 9 anos totalizou 126.1 t/ha com a seguinte distribuição: 2.2 t de folhas; 11 t de ramos; 10.7 t de casca e 102.1 t de lenho. No talhão de E. grandis também aos 9 anos o total da fitomassa foi de 273.3 t/ha com 8.5 t de folhas; 14 t de ramos; 19.5 t de casca e 231.2 t de lenho. Para o talhão de E. torelliana aos 12 anos de idade, a fitomassa observada foi de 171.3 t/ha com 1.8 t de folhas; 15.7 t de ramos; 11.2 t de casca e 142.5 t de lenho. As quantidades de nutrientes minerais contidos na fitomassa total do talhão de E. camaldulensis foram de 265.6 Kg de N; 10.8 Kg de P; 183.4 Kg de K; 300.5 Kg de Ca e 42.7 Kg de Mg. No talhão de E. grandis estimou-se 723.1 Kg de N; 26.8 Kg de P; 371.9 Kg de K; 485.4 Kg de Ca e 115.5 Kg de Mg. No talhão de E. torelliana estimou-se 332.8 Kg de N; 23 Kg de P; 327.1 Kg de K; 528.8 Kg de Ca e 82.2 Kg de Mg. O índice de área foliar no talhão de E. grandis foi 9.3; no E. camaldulensis 3.0 e no talhão de E. torelliana 2.7. Sobre as características microclimáticas verificou-se que o talhão de E. camaldulensis permitiu a penetração das maiores quantidades da radiação solar global e intensidade de luz. A menor penetração da radiação foi observada no talhão de E. torelliana. As maiores temperaturas do ar e ao nível dos primeiros 10 cm do solo foram observadas no interior do talhão de E. camaldulensis e as menores no talhão de E. torelliana, embora aos 20 cm de profundidade as temperaturas do solo tenham sido semelhantes e praticamente constantes nos talhões das três espécies estudadas. Do ponto de vista silvicultural o E. grandis foi a espécie que apresentou a maior produtividade de fitomassa. Porém esta espécie removeu do solo as maiores quantidades de nutrientes, devolvendo-lhe todavia, as menores quantidades. Ainda foi estimada comparativamente a eficiência nutricional das três espécies. Em função do comportamento ecológico das três espécies de eucaliptos foram sugeridos alguns estudos alternativos e práticas silviculturais com o objetivo de assegurar à produtividade nas rotações futuras. Para a manutenção da produtividade continua sugere-se o estudo do balanço dos nutrientes minerais no ecossistema florestal, enfocando: a reposição dos nutrientes exportados através da exploração da fitomassa, conservação dos resíduos florestais sobre o solo, o prolongamento dos ciclos de corte, a escolha de espécies arbóreas com maior eficiência nutricional visando a estabilidade do microclima debaixo do dossel.