Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Baldan, Ana Lucia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-22112021-153020/
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Resumo: |
Mais de 1,3 milhão de animais entre cães e gatos vivem em situação de vulnerabilidade no Brasil. Mais de 170 mil são mantidos em abrigos superlotados e a superlotação pode comprometer o bem-estar animal por restringir o espaço interindividual e dificultar o acesso à água e alimento. Uma forma de lidar com essa situação desafiadora é entender as razões pelas quais os animais são abandonados e promover adoções bem-sucedidas. Os ditos comportamentos indesejáveis dos cães são motivos recorrentes nas altas estatísticas de abandono no Brasil e no mundo. Desenvolvemos dois estudos que oferecem estratégias inovadoras para melhorar o bem-estar e a taxa de adoção que evite o abandono de cães. No primeiro estudo testamos um protocolo de redução de latidos (PRL) em uma amostra de 70 cães de um prédio do abrigo municipal de Pirassununga, São Paulo. Esse protocolo consiste em três fases: pré-intervenção (A1), a pesquisadora abre o portão da frente e entra no corredor passando por 12 baias (6 de cada lado) sem ter nenhum contato visual ou físico com os cães; treinamento (B), a pesquisadora usa clicker (estímulo sonoro) e petiscos parando em frente as baias randomicamente e só entrega petiscos para os cães quando não há latido algum (reforço positivo) e, pós-intervenção (A2), repete o controle 1 só que dessa vez parando em frente as baias aleatoriamente por alguns minutos e dessa vez fazendo contato visual. Essas fases foram feitas em 3 sessões: sessão 1 (S1), com participação apenas da pesquisadora, sessão 2 (S2), com participação da pesquisadora e uma pessoa desconhecida e sessão 3 (S3), com participação da pesquisadora, de uma pessoa desconhecida e a tratadora dos cães. Os resultados mostraram que o PRL promoveu, já na sessão 1, redução média de 60% dos latidos e esse valor subiu para 100% de redução na sessão 3. No segundo estudo testamos o impacto de um protocolo composto por interação humano-cão positiva que envolveu atenção, brincadeira, carinho e treinamento com comandos básicos, aplicado por 20 minutos durante nove dias em 35 cães mantidos no mesmo abrigo e mesmo prédio do estudo 1. Os cães eram retirados individualmente das baias, levados para uma área verde para iniciar com a interação e em seguida eram treinados com comandos básicos como sentar, deitar, caminhar junto e ficar. O protocolo de treinamento aplicado foi baseado em Schutzhund e adaptado para a realidade dos abrigos brasileiros. A resposta ao protocolo aplicado foi positiva, pois em 5 dias todos os 35 cães estavam caminhando junto com o condutor, em 8 dias todos os 35 cães estavam se sentando e deitando e ao final de 9 dias 34 cães executaram os quatro comandos básicos. Os dois estudos podem, além de, proporcionar melhoria no bem-estar animal em abrigos, facilitar uma adoção de sucesso, pois a ausência de latidos durante uma visita para adoção teria uma maior duração e a escolha poderia ser melhor, e os cães treinados estariam acostumados a interagir com humanos e poderiam apresentar comportamentos aceitáveis que possibilitariam adoções bem-sucedidas. |