Achados histopatológicos em biópsias transbrônquicas dos pacientes transplantados de pulmão com e sem o diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico determinado por pHmetria esofágica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carraro, Rafael Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-01022023-085300/
Resumo: Introdução: A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) já foi demonstrada com um fator de risco para desenvolvimento de complicações no transplantado pulmonar, sobretudo da disfunção crônica do enxerto pulmonar (DCE), que representa a principal causa de mortalidade no período pós-operatório tardio. No entanto ainda faltam informações na literatura sobre os possíveis mecanismos mediadores da lesão do enxerto e padrões histomorfológicos correlacionados. O estudo desses padrões histológicos pode nos fornecer dados que identifiquem pacientes com diagnóstico de DRGE com risco elevado para o desenvolvimento de DCE. Objetivos: O objetivo principal desse estudo é descrever e comparar os achados histopatológicos encontrados nas biópsias de pacientes transplantados de pulmão, diferentes de rejeição celular aguda, de acordo com o diagnóstico da DRGE pelo exame de pHmetria esofágica de 24 horas. Métodos: Em uma coorte retrospectiva foram incluídos os pacientes submetidos a transplante pulmonar no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP no período de setembro de 2003 a agosto de 2018, que realizaram estudo funcional esofágico com pHmetria de 24 horas. Critérios de exclusão definidos como menos de 1 ano de sobrevida após a cirurgia ou dados insuficientes em prontuário. Variáveis demográficas, exames de função pulmonar, diagnóstico de rejeição celular aguda (RCA) e culturas de lavado broncoalveolar (LBA) foram coletados em prontuário. Todas as biópsias disponíveis no arquivo do serviço de Patologia da FMUSP foram revisadas para achados inflamatórios considerados inespecíficos diferentes de RCA. A frequência dos achados histológicos presentes nos grupos separados de acordo com a presença ou ausência de DRGE foram correlacionados com parâmetros clínicos, incluindo RCA, culturas de LBA, função pulmonar e diagnóstico de DCE. Para todas as análises estatísticas foi considerado significante valor de p < 0,05. Resultados: Foram realizados 281 transplantes no período, destes 42 apresentavam critérios de inclusão, e 2 foram excluídos por tempo de seguimento inferior a 1 ano pós-operatório. Do total de 40 pacientes, vinte e sete foram do grupo DRGE presente (casos) e 13 do grupo DRGE ausente (controles). Um total de 209 biópsias, sendo 143 em 23 casos e 66 em 11 controles, estavam disponíveis para análise. Achados inflamatórios sem etiologia específica foram observados em mais de 60% das lâminas revisadas em ambos os grupos. Edema de submucosa brônquica foi mais frequente nos pacientes com DRGE presente (p=0,044), enquanto erosão de mucosa brônquica nos controles (P=0,047). Culturas q G ( 0,017), e não houve diferença quanto a RCA ou DCE entre os grupos. Conclusão: Os resultados sugerem uma nova percepção diagnóstica da DRGE para acompanhamento dos pacientes transplantados, e trazem pela primeira vez uma avaliação histológica ampla com enfoque em possíveis alterações associadas à lesão do enxerto pela doença