A evolução dos preços da terra no Estado de São Paulo: análise de seus determinantes.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Rahal, Clea Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-11072003-150843/
Resumo: Este trabalho tem o intuito de analisar quais foram os determinantes dos preços de venda e de arrendamento da terra de cultura de primeira e de pastagem no estado de São Paulo, de 1969 a 2001. Além disso, procura-se mostrar que os preços de venda da terra de diferentes categorias e em diferentes estados estão relacionados. Conforme a teoria econômica, o preço da terra deveria refletir o fluxo de receitas que essa terra pode gerar, descontado a uma determinada taxa de juro. Contudo, a literatura argumenta que em diversos momentos na economia brasileira, especialmente nas décadas de 70, 80 e início de 90, os determinantes do preço da terra foram além da taxa de juro e do fluxo de receitas gerado pelo ativo. A determinação do preço da terra contemplou também variáveis indiretamente relacionadas ao processo produtivo, como o nível de atividade econômica e a taxa de inflação. Tendo sido analisadas as diversas referências sobre os determinantes dos preços da terra, foram selecionadas variáveis de interesse micro e macroeconômico para compor os modelos econométricos de determinação dos preços de terra de cultura de primeira, terra de pastagem, arrendamento para culturas e aluguel de pasto para animais. A ferramenta econométrica utilizada foi a regressão linear múltipla. As variáveis selecionadas que estão diretamente ligadas ao setor agrícola foram: poder de compra do agricultor, índice de paridade, índices de preços recebidos e de preços pagos pelos produtores e volume de subsídio concedido através do crédito rural. A fim de representar o ambiente macroeconômico, foram estimadas: a taxa de inflação anual vigente no período, uma proxy para o hiato do produto, taxa de juro e infra-estrutura governamental (representada pela extensão total das rodovias pavimentadas e não pavimentadas do estado de São Paulo). Construiu-se ainda uma variável binária com o intuito de verificar se houve um deslocamento significativo no nível de preços de venda e de arrendamento de terra de cultura e de pastagem, no período de 1973 a 1994. Procurou-se ainda verificar se existe relação entre os preços de venda da terra de diferentes categorias, dentro do estado de São Paulo e de algumas categorias deste estado com outras do Centro-Sul do país. Para tanto foram utilizados os testes econométricos de raiz unitária (metodologia proposta por Dickey e Fuller) e de co-integração (segundo a metodologia proposta por Johansen). Dos resultados obtidos, constata-se a que tanto os preços da venda de terra como os preços de arrendamento (para cultura e para pastagem) foram mais elásticos às variáveis relacionadas à atividade agrícola (poder de compra, termos de troca, etc) em detrimento das variáveis macroeconômicas e do crédito rural. Ressalta-se ainda que a variável binária foi significativa nos modelos de determinação dos preços de venda de terra para culturas, para pastagem e também nos de arrendamento, para as duas categorias em questão. Os resultados dos testes de raiz unitária e de co-integração suportaram as evidências empíricas de que os preços de diferentes tipos de terra, em diferentes regiões, estão relacionados. A explanação destes resultados emerge de dois lados: da demanda por terras com a finalidade agrícola e da demanda por terras para fins especulativos. Esses resultados estão de acordo com algumas das diversas referências sobre os determinantes dos preços da terra analisadas.