Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Renato Vieira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25136/tde-17082005-111910/
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Resumo: |
O carcinoma verrucoso (CV), é considerado uma variante do carcinoma espinocelular (CEC) bem diferenciado, que se caracteriza por sua baixa agressividade e bom prognóstico e acomete principalmente a laringe e a boca. Um total de 1613 carcinomas espinocelulares primários de boca, cirurgicamente excisados entre 1980 e 2000, foram revisados dos arquivos dos Departamentos de Patologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital do Câncer A.C. Camargo. Dez CVs foram identificados e analisados quanto ao gênero, idade, raça, tabagismo, etilismo, localização do tumor primário, classificação pelo sistema TNM, tratamento, ocorrência de recidiva tumoral, metástases em linfonodos regionais, a distância e de segundo tumor primário. Analisaram-se também a expressão imuno-histoquímica e a hipermetilação da região promotora do gene da E-caderina, e os valores obtidos foram comparados com carcinomas espinocelulares bem diferenciados de boca sem (CEC-pN0) e com (CEC-pN+) comprometimento linfonodal. As probabilidades de sobrevidas, acumuladas nos períodos de cinco e dez anos para os grupos tumorais, foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier. Os resultados demonstraram uma predileção dos CVs por pacientes do gênero masculino, tabagistas e etilistas, com idade superior a 67 anos, ocorrendo principalmente no lábio inferior. O tempo de história clínica foi maior que 16 meses e nenhum paciente com CV foi submetido à radioterapia e/ou quimioterapia pós-operatória. Microscopicamente as lesões eram bem características com intensa queratinização, padrão de invasão compressivo, pouca atipia e margens cirúrgicas livres. Uma maior expressão imunohistoquímica da E-caderina foi verificada nos carcinomas verrucosos quando comparados aos grupos de CEC-pN0 e CEC-pN+, sendo a diferença entre os grupos estatisticamente significativa (p= 0,016). O perfil de metilação do gene da E-caderina foi estatisticamente semelhante (p= 0,975) e superior a 50% nos três grupos de carcinomas de boca avaliados (CV, CEC-pN0 e CEC-pN+). A sobrevida global do grupo CV foi superior aos grupos de CECs bem diferenciados tanto em cinco quanto em dez anos (p= 0,012). Com base nestes resultados concluímos que o carcinoma verrucoso bucal apresenta um comportamento clínico e biológico relativo à expressão da E-caderina, mais favorável quando comparado carcinoma espinocelular bem diferenciado. A presença da hipermetilação do gene da E-caderina em neoplasias malignas com baixo potencial invasivo e metastático como o CV sugere que este evento epigenético ocorre precocemente nos mecanismos envolvidos na progressão tumoral. |