Dendrocronologia em árvores de espécies de restauração florestal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gil, Júlia Lôbo Ribeiro Anciotti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-12082022-102516/
Resumo: A dendrocronologia compreende a aplicação dos anéis de crescimento anuais na análise dos parâmetros de crescimento do lenho do tronco das árvores. Complementada com a microdensidade dos anéis de crescimento, obtida pela densitometria de raios-X, abre-se a perspectiva de avaliar os incrementos anuais de biomassa e de carbono. Em um experimento de restauração florestal instalado na Estação Experimental Florestal do LCF/ESALQ/USP, em Anhembi, São Paulo, foram selecionadas árvores de 13 anos de 5 espécies, sendo Cariniana estrellensis, Ceiba speciosa, Handroanthus impetiginosus, Hymenaea courbaril e Jacaranda cuspidifolia, classificadas em diferentes grupos ecofisiológicos. Do DAP do tronco das árvores foram extraídas amostras do lenho, por método não-destrutivo, e aplicadas as metodologias de dendrocronologia e de densitometria de raios-X, com as correlações das variáveis climáticas. As cronologias da largura dos anéis de crescimento do lenho das árvores das espécies apresentaram altos valores de correlação, com a intercorelação entre as séries variando de 0.78-0.87, a sensibilidade média de 0.3-0.6, o rbar de 0.66-0.85 e o eps de 0.96- 0.99. Esses valores indicam o potencial dos anéis de crescimento das árvores das 5 espécies para estudos de dendrocronologia e seus ramos. Ainda, a densidade aparente e básica do lenho do tronco as árvores variou de 0.38-0.90 e de 0.27-0.73 g.cm-3, respectivamente. A associação dos parâmetros de área basal e densidade do lenho dos anéis de crescimento possibilitaram determinar os valores de biomassa lenhosa para as árvores de C. speciosa (com 25 Kg), de H. impetiginosus (70 Kg), de J. cuspidifolia (50 Kg), de C. estrellensis (145 Kg) e de H. courbaril (115 Kg). Considerando o estágio sucessional, as árvores das espécies climáceas - C. estrellensis e H. courbaril estocaram no seu tronco, maior valor de biomassa e carbono; ao contrário das espécies pioneiras, C. speciosa. A correlação dos parâmetros largura, densidade e biomassa - dos anéis de crescimento com as variáveis climáticas, precipitação e temperatura, indicou valor positivo para a estação do outono e negativo na primavera. Os resultados permitiram concluir, ainda, que os (i) anéis de crescimento anuais do lenho das árvores das 5 espécies apresentaram estrutura anatômica e microdensidade características, com a (ii) dendrocronologia sendo metodologia eficaz para a construção do crescimento em diâmetro do tronco das árvores das espécies, (iii) as árvores de Cariniana estrellensis, Ceiba speciosa, Handroanthus impetiginosus, Hymenaea courbaril e de Jacaranda cuspidifolia mostraram alta sincronicidade entre as séries, com correlações acima do nível crítico. Ainda, (iv) os perfis radiais de microdensidade do lenho propiciaram, a exemplo da largura dos anéis de crescimento, a demarcação dos anéis de crescimento e os valores de sua densidade básica, sendo importante indicador ecológico das espécies. Para o (v) acúmulo de biomassa e carbono dos anéis de crescimento anuais, destacaram-se as árvores climáceas C. estrellensis e H. courbaril, seguindo-se as de H. impetiginosus e de J. cuspidifolia, e finalmente, as C. speciosa. Os resultados dos parâmetros do lenho de árvores de espécies de grupos sucessionais em experimento de restauração florestal são discutidos no contexto das variáveis climáticas e, com ênfase às mudanças climáticas.