"Zeus e a poderosa indiferença"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Massi, Maria Lucia Gili
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-04092006-152413/
Resumo: Este estudo, incluindo a tradução dos textos gregos para o português, dedica-se aos Hinos Homéricos. Apresenta, de início, um panorama dos poemas; entende serem eles continuidade da Teogonia hesiódica; analisa-os em suas unidades e temas; investiga-lhes as teofanias; levanta suas fórmulas de abertura e fechamento; e versa sobre outras questões estruturais da espécie hínica. Discorre, em seguida, acerca das bases do poder de Zeus, firmadas nas seis obras que realizou para criar uma nova visão de mundo. Tais ações, narradas na Teogonia e nos Trabalhos de Hesíodo, encontram eco no canto de Hermes e nas demais referências a elas espalhadas nos hinos. Em seguida, após a identificação e exame dos traços da personalidade de Zeus, sua liderança passa a ser focalizada. Constata-se ali que Zeus, ainda que seja em sua essência delegador, utiliza-se de outros estilos de liderança quando a situação requer, a fim de influenciar seus seguidores quanto à missão que lhes cabe no universo. Finalmente, este estudo se detém nos motivos pelos quais os deuses obedecem a Zeus, e por que este obtém o empenho e o compromisso deles, e mostramos que a razão deste comportamento não se deve propriamente ao posto que ele ocupa, mas, à sua maneira de ser, firmeza de propósitos e princípios como liberdade, igualdade, confiança, respeito e reconhecimento, valores compartilhados pelos deuses. Fica, pois, então garantida a canalização da energia de todos para a missão da ordem e de justiça no mundo, condição essa essencial para a existência humana e para a vida em geral. Guiada por valores que priorizam o pensamento crítico, única forma capaz de tornar seus seguidores sujeitos de seus atos, a organização olímpia, liderada por Zeus, coloca-se distante da organização feudal, com seus vassalos submissos, passivos, dependentes, massa informe - como se vê - mais condizente com os deuses indistintos inseridos no ventre de Crono, de modo que, ao se tratar da liderança de Zeus e da razão por que os deuses se comprometem com ele, salta à vista a impropriedade de chamá-lo feudal.