Impacto da técnica anestésica nos níveis séricos de troponina I de pacientes pediátricos submetidos à correção cirúrgica de cardiopatias congênitas: estudo clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barelli, João Victor Galvão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-18042021-190950/
Resumo: Introdução: Os anestésicos inalatórios interferem na fisiologia miocárdica promovendo alterações no balanço metabólico-energético que incorrem em um pré- condicionamento celular potencialmente protetor contra insultos isquêmicos inerentes ao contexto perioperatório de uma cirurgia cardíaca, sobretudo com uso de circulação extracorpórea. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da técnica anestésica, com e sem uso de sevoflurano, nos níveis séricos de troponina I nas primeiras 48h do pós-operatório de pacientes pediátricos submetidos à correção cirúrgica de cardiopatias congênitas. Métodos: Estudo prospectivo, randomizado e controlado, realizado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Universidade de São Paulo (Incor-HCFMUSP). Pacientes pediátricos de até 2 anos de idade, com cardiopatias congênitas RACHS 1, 2 ou 3 candidatos a cirurgia eletiva com uso de circulação extracorpórea foram elegíveis ao estudo. Os pacientes foram randomizados na proporção 1:1 para terem suas cirurgias performadas sob anestesia geral balanceada com sevoflurano (Grupo Sevo) ou sob anestesia venosa total (Grupo TIVA). O desfecho primário do estudo foi a curva de níveis séricos de troponina I medidos em quatro tempos (pré-operatório, pós- operatório imediato, 24h, 48h do PO). Os desfechos secundários foram as dosagens séricas de CKMB, CPK e BNP nas primeiras 48h do pós-operatório, incidência de complicações pós-cirúrgicas durante a internação hospitalar (disfunção renal, necessidade de diálise, transfusão de hemocomponentes, óbito), tempo de ventilação mecânica, tempo de uso de inotrópicos e/ou vasopressores e tempo de internação na unidade de terapia intensiva e hospitalar. Resultados: Foram incluídos 66 pacientes, sendo 33 em cada grupo. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos quanto aos marcadores de isquemia miocárdica (troponina I, CKMB, CPK e BNP) nas primeiras 48 horas de pós- operatório. Em relação à função renal, o grupo Sevo apresentou valores menores dos níveis séricos de ureia no 2opós-operatório (PO) [24 (16 -35) vs. 36 (23 - 49), p = 0,030] e valores significativamente maiores de diurese no 1oPO e 2oPO [741 (520 - 908) vs. 625 (406 - 727) ml, p=0,031] e [800 (420 - 913) e 541 (312 - 718) ml, p = 0,034]. Conclusões: Em pacientes pediátricos submetidos a cirurgia cardíaca com uso de circulação extracorpórea, a anestesia geral balanceada com sevoflurano não teve impacto nos níveis séricos de troponina I pós-operatório. No entanto, foi associada a maior débito urinário (primeiro e segundo dia do pós-operatório) e menores níveis séricos de ureia no segundo dia do pós-operatório.