Aderência de crianças e adolescentes que vivem com deficiências físicas em relação a personagem virtual com deficiência física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Garcia, Paulo de Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-04062014-133916/
Resumo: Segundo dados oficiais, há no Brasil 45 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que corresponde a 23,5 por cento da população, este número tem crescido devido a diversos fatores, entre eles ao aumento da morbidade que acarretam deficiências motoras e cognitivas. À luz deste quadro abordam-se as possibilidades de recursos e serviços desenvolvidos para proporcionar ou aumentar habilidades funcionais de indivíduos com deficiência, com o objetivo de promover a vida independente e a inclusão, definidos como Tecnologia Assistiva. Espera-se que estes novos aplicativos contribuam na desestigmatização da deficiência no âmbito da sociedade, contribuindo para que a coletividade perceba o deficiente em toda sua potencialidade. Objetivo: analisar a aderência de crianças e adolescentes com deficiências físicas em relação a personagem virtual com deficiência física. Método: trata-se de um estudo transversal aninhado ao desenvolvimento e utilização de um aplicativo na forma de jogo eletrônico a ser instalado em plataforma IOS para telefones celulares. População: 29 crianças e adolescentes entre seis e dezoito anos de idade, cadeirantes devido a lesões dos sistemas músculo-esquelético, portadores da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), que possuam cognição para a compreensão e capacidade motora para a utilização do aplicativo, em seguimento no Ambulatório de Distrofia Muscular do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Coleta de dados: o aplicativo desenvolvido prevê a exposição aleatória de 3 avatares como personagens principais do jogo, sendo a disposição dos personagens em tela, personagem escolhido, tempo de decisão, número de escolhas e tempo de permanência no jogo automaticamente registrados pelo programa. Paralelamente às informações coletadas automaticamente, cada criança, junto ao cuidador responde a 2 formulários (antes e depois) com informações sócio-demográficas, clínicas e sobre suas impressões sobre o jogo. Análise dos dados: médias e medianas dos dados são apresentados em tabelas simples de frequência e analisados segundo técnicas estatísticas para dados contínuos e categóricos. O nível de significância alfa foi definido como <= 0,05 e o poder do teste em 20 por cento . Aspectos éticos: este projeto de pesquisa foi submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Resultados: pelos achados da presente dissertação a escolha do avatar cadeirante é mais frequente que a dos demais avatares disponíveis para seleção, com 43,5 por cento das escolhas nos 269 processos de seleção analisados; é também o mais frequentemente escolhido quando analisado pelo critério de maior número de escolhas por participante (44,8 por cento das escolhas frente a 17,2 por cento do avatar motociclista e 13,8 por cento do avatar ciclista); e o com maior frequência de escolha quando os indivíduos participantes foram agrupados por condições sociais e demográficas. Conclusões: 1) existe aderência de crianças e adolescentes que vivem com deficiências físicas em relação ao personagem virtual com deficiência física; 2) indivíduos com deficiência física não rejeitam aplicativos computacionais onde esteja presente um personagem com deficiência física; 3) a opção do avatar cadeirante como personagem principal do aplicativo é superior a dos demais avatares; 4) a visão do avatar com deficiência física distancia-se de ser compreendida como elemento indutor de tristeza.