Humor no dessin de presse: leitura de um discurso universal a serviço da alteridade em FLE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Sandra Falcão da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
FFL
FLE
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-05112015-135510/
Resumo: Nenhuma cultura escapa ao humor. O humor é, nas palavras de Louis Porcher (2002), um \"universal singular\", que produz os mesmos efeitos em todos os lugares mediante modalidades particulares. Contudo, o humor francês se revela, não raro, problemático tanto para o professor quanto para o aluno brasileiro de Francês Língua Estrangeira (FLE), porque além do saber linguístico torna-se necessário mobilizar um saber etnosociocultural cujo desconhecimento costuma gerar situações de incompreensão. Em nosso estudo, esse tema foi abordado a partir do exercício da leitura de dessins de presse em contexto de ensino-aprendizagem do FLE. Para um melhor entendimento dos procedimentos discursivos do humor, buscamos fundamentos na metodologia de Análise do Discurso de Patrick Charaudeau e sua Teoria Semiolinguística (2006, 2008). Embora este estudo tenha se desenvolvido seguindo, prioritariamente, os procedimentos de uma pesquisa teórica de caráter pluridisciplinar, realizamos experimentos exploratórios que nos permitiram confirmar ou refutar proposições didáticas. Os aspectos práticos observados demonstraram a necessidade de uma formação para professores, visando a capacidade em identificar os elementos que estruturam o gênero e, sobretudo, em reconhecer, na interseção do verbal e do não-verbal, os mecanismos do humor que possibilitam o reconhecimento dos implícitos, dos intertextos e dos deslocamentos de sentido, como índices de um provável julgamento crítico por parte do autor. Com base nesse exercício de identificação, constatamos que tal reflexão requer que levemos em conta as dimensões social, afetiva e subjetiva dos alunos. Isso é uma das condições para a mobilização de uma competência intercultural que pressupõe a habilidade em: detectar efeitos etnocentrados; identificar estereótipos; reconhecer situações de valorização ou de desvalorização cultural; relativizar o seu ponto de vista e seu próprio sistema de valores em relação aos temas colocados em relevo no texto. A partir do que nos foi possível analisar, elaboramos uma proposta de abordagem pedagógica e um roteiro pré-didático cujo objetivo é propor um olhar mais aprofundado sobre o ato discursivo humorístico materializado no dessin de presse visando, à luz dos subsídios teóricos que embasam esta tese e dos aspectos práticos observados, a concepção de intervenções de leitura mais prudentes, criativas e reflexivas em sala de aula de línguas estrangeiras no nosso caso, de FLE.