As estratégias e alianças da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) na definição das políticas públicas para a educação superior brasileiras de 1982 a 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nascimento, Luiziane Helena do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-25062021-122907/
Resumo: A educação superior brasileira tem vivenciado uma grande expansão, devido às mudanças socioeconômicas ocorridas no país e à forte atuação de algumas associações do setor privado. A ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), uma destas instituições, é a pioneira na defesa dos interesses da iniciativa privada no ensino superior. Criada por 26 mantenedoras, em agosto de 1982, vem, desde então, estruturando o ensino superior particular para que este ganhe identidade, legitimidade e força política. Essa investigação teve como objetivos analisar as articulações da ABMES e o impacto de sua intervenção nas políticas para a educação superior no período de 1982 a 2016; pesquisar as estratégias e alianças feitas por essa Associação; estabelecer um paralelo entre vitórias e derrotas do setor privado na definição das políticas públicas para a educação superior. A perspectiva epistemológica foi o materialismo histórico dialético, tendo como base formulações gramscianas, que nos permitiu compreender a sociedade como uma construção humana em processo, definida pelas relações sociais presentes no tempo e no espaço social. O corpus documental da pesquisa foi constituído pelos registros elaborados pela ABMES no período citado. Para investigá-lo, foram utilizadas três categorias de análise: papel do Estado na educação, educação e formação humana e configuração da educação superior. Elas nos permitiram compreender as formulações, estratégias e alianças realizadas ao longo da existência da ABMES nas suas três fases, que foram de constituição, ampliação e consolidação. Apreendemos que, para a entidade, o Estado não deve interferir no mercado de ensino, regulando-o minimamente. A educação deve conferir uma formação humana focada nas demandas do mercado de trabalho. O ensino superior deve se configurar pela diversificação dos tipos institucionais, favorecendo o atendimento das demandas do mercado de trabalho e dos alunos. Podemos concluir que a ABMES conseguiu dar organicidade à fração de classe da burguesia de serviços do ensino superior brasileiro e se tornar seu intelectual orgânico coletivo.