Efeito da insulina em micose sistêmica causada por Paracoccidioides brasiliensis em animais diabéticos e sadios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Casagrande, Felipe Beccaria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-19102015-100624/
Resumo: A paracoccidioidomicose é uma enfermidade sistêmica causada principalmente pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. Recentemente, observou-se que a capacidade fagocítica dos macrófagos alveolares (MA) em animais diabéticos está diminuída em comparação aos MA de animais sadios, e que a insulina estimula a atividade fagocítica em MA oriundos de animais diabéticos e sadios por mecanismos diferentes. Neste projeto, usando um modelo de carência relativa de insulina (diabetes mellitus experimental), estudamos a intervenção da insulina em um modelo de infecção sistêmica. Após aprovação do comitê de ética (protocolo CEUA/FCF/421), camundongos machos da linhagem C57BL/6 (diabéticos, 60 mg/kg aloxana/10 dias, e seus respectivos controles) receberam injeção intratraqueal contendo suspensão de leveduras de P. brasiliensis ou volume equivalente de PBS estéril. Animais dos grupos de tratamento receberam insulina pela via subcutânea diariamente por 12 dias. Nas amostras, foram avaliados: a) o número de células dos lavados peritoneal (LPe) e broncoalveolar (LBA), o leucograma, e a glicemia (monitor de glicose); b) os níveis séricos de insulina no soro pela técnica de ELISA; c) as concentrações de citocinas (TNF-α, IL-6, IL-4, IL-10, IL-12, CINC-1, CINC-2, CINC-3) nos LPe e LBA e nos homogenatos (ELISA). Após incubação de 55 dias, comparados aos controles (2.9±0,4g e 192±7.5 mg/dL), animais tornados diabéticos (0.87 ± 0,25 g e 570,1 ± 9,27mg/dL) apresentaram redução no ganho de massa corpórea durante o período de experimentação e elevados níveis de glicose sanguínea. O tratamento de insulina reduziu os níveis de glicose (547±36,8mg/dL vs.323,6±36,9mg/dL), embora não o suficiente para tornar os animais normoglicêmicos. Comparados aos controles, animais diabéticos apresentaram número reduzido de leucócitos no LPe (2.2 x106 ± 0.2cells/mm3 vs 1.3 x106 ± 0.1cells/mm3) e, no LBA, reduzidas concentrações de CINC-2 (662,3±73,8pg/mL vs 312,7±114,7pg/mL), CINC-1 (115,5.0±25,5pg/mL vs 88,3±24,7pg/mL) e IL-10(320,9±58,4pg/mL vs 161,0±59,4pg/mL) depois da infecção. O tratamento com insulina restaurou a concentração de leucócitos nos LPe de animais diabéticos, mas não no LBA. Os dados sugerem que a insulina modula a produção/liberação de citocinas, sem alterar a migração de leucócitos para LBA e restaurando a migração destes para LPe durante o curso da paracoccidioidomicose.