Farinhas de larvas de insetos (Tenebrio molitor e Hermetia illuscens) melhoram o desempenho e modulam o sistema imune inato de frangos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade, José Matheus de Moura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-16052022-115932/
Resumo: Cada vez mais o uso de insetos na alimentação animal ganha espaço; as inúmeras pesquisas realizadas utilizando farinha de insetos apontam reais benefícios sobre seu uso, dentre eles melhoria no desempenho animal e em respostas imunológicas, revelando propriedades nutracêuticas que se somam às nutricionais. Os insetos mais pesquisados atualmente são o tenébrio (Tenebrio molitor) e a black soldier fly - BSF (Hermetia illucens). Ambos os insetos produzem peptídeos antimicrobianos que são responsáveis por sua defesa e são efetivos contra bactérias Gram-negativas e positivas, fungos e, recentemente, foi mostrado que têm efeito modulador da resposta imune de aves. Diversos estudos avaliaram farinhas de insetos com foco em seu valor nutricional como fonte de energia e proteína. Devido a suas propriedades nutracêuticas, o uso do ingrediente como alimento funcional foi avaliado neste estudo, com foco em modulação do sistema imune de frangos de corte e possibilitando a produção sem uso de antibióticos promotores do crescimento. O presente projeto é composto por 3 capítulos: (1) avaliação do desempenho de frangos de corte alimentados na fase inicial com 0,5 ou 1,0% de farinha de larvas de tenébrio ou black soldier fly e possível efeito residual dos ingredientes até a fase final; (2) dois experimentos independentes, o primeiro para avaliar o desempenho de frangos de corte até os 35 dias alimentados com 0,5 ou 2,0% de farinha de larvas de tenébrio e a contagem bactérias no ceco; o segundo, usando as mesmas dietas experimentais, para avaliar o desempenho e o sistema imune inato de frangos de corte desafiados aos 21 dias com LPS (lipopolissacarideo) de E. coli,; (3) avaliação do desempenho de frangos de corte alimentados com 0,5 ou 2,0% de farinha de larvas de black soldier fly desengordurada e o sistema imune das aves desafiadas aos 35 dias com LPS de E. coli. Ração contendo 10 mg/kg de enramicina e 66 mg/kg de salinomicina foi o controle positivo (CP) e ração isenta de suplementação foi o controle negativo (CN). No capítulo 1 não foi observada diferença estatística significativa entre os tratamentos dietéticos. No capítulo 2, as aves alimentadas com 2,0% de farinha de tenébrio tiveram ganho de peso intermediário ao CN e CP, aumento no consumo de ração (CR) e a conversão alimentar (CA) não foi influenciada. Não foi observada diferença na contagem de bactérias no ceco. No exp.2B os tratamentos não diferiram estatisticamente no ganho de peso (GP) e CR, no entanto as aves alimentadas com 2,0% de farinha de tenébrio tiveram uma melhor CA. Os tratamentos não alteraram os parâmetros do sistema imune das aves desafiadas; os frangos não desafiados e alimentados com 2% de farinha de tenébrio tiveram maior atividade do sistema imune complemento e da mieloperoxidase. No capítulo 3, as aves alimentadas com 2,0% de farinha de BSF também tiveram desempenho intermediário ao CN e CP, aumento no CR e a CA não foi influenciada. As aves não desafiadas com LPS e alimentadas com 2,0% farinha de BSF tiveram maior atividade da lisozima e do sistema complemento em relação ao CN e após o desafio com LPS tiveram maior atividade bactericida contra Escherichia coli que as aves CP. Não foi observada melhora no desempenho das aves alimentadas com 0,5% de farinha de insetos em nenhum dos experimentos realizados. Os resultados deste projeto comprovam que as farinhas de insetos avaliadas usadas em baixo nível de inclusão (2,0%) podem melhorar o desempenho das aves (com valor intermediário ao uso de antibiótico + coccidiostático) e modular o sistema imune inato das aves.