Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1944 |
Autor(a) principal: |
Camargo, William Gerson Rolim de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44999/tde-27072016-163300/
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Resumo: |
É necessário salientar a importância e a necessidade do estudo da gênese dos depósito minerais, antes de qualquer tentativa de exploração de lavra racional. Esse estudo prévio da gênese é tão importante e indispensável na prospecção de uma jazida, como a genealogia pormenorizada, pois dando à prospecção um cunho mais racional e científico, facilita e resume sobremaneira os trabalhos da mesma. Com a finalidade de ser estudada a gênese da jazida de molibdenita de Vacacaí e dar alguma contribuição à resolução deste problema, foi que se elaborou o presente trabalho, após dois anos de pesquisas. Em uma restrita área do Estado do Rio Grande do Sul, município de São Gabriel, foi verificada a presença de molibdenita, em coexistência paragenética com outros minerais, quase todos sulfetos, formando filões de pequena extensão e possança, mas bem ramificados e intrometidos nas fendas dos xistos da séria Porongos. A prospecção dessa jazida foi iniciada em 1939, pela Diretoria de Produção Mineral do Rio Grande do Sul, não chegando, entretanto, por motivos vários, a um resultado satisfatório no sentido de ser organizada, na ocasião, a lavra. A molibdenita foi descoberta ocasionalmente, pois a prospecção visava minerais de cobre, visto terem sido encontrados nas proximidades indícios destes últimos minerais. Essa prospecção foi dirigida pelos engenheiros de minas Mariano Sena Sobrinho e J. Pinagel daquela Diretoria. Foram realizadas duas escavações, distantes de 20 m, com o intuito de localizar o minério de cobre e molibdenita. Tais escavações evidenciaram calcopirita e molibdenita, além de outros minerais que serão ainda citados, em filões quartzíferos que seguiam, com pequenas variações, a direção N 45° e a inclinação 60° N. Com o fito de se verificar o comprimento desses filões foi aberta uma trincheira em L, cujos dois ramos faziam 45° com a direção dos filões. Tais filões mostraram-se estéreis, estando constituídos principalmente de quartzo, pequenos nódulos de calcopirita e ausência de molibdenita. Como teremos ocasião de verificar mais adiante, a mineralização do depósito por nós estudado foi de pequena escala. À vista os resultados não satisfatórios na época, ou talvez por carência de técnicos que pudessem continuar os trabalhos, foi suspensa a prospecção. Em fins de 1942, por sugestão do professor Reynaldo Saldanha da Gama, Diretor do Departamento de Mineralogia e Petrologia e do professor Viktor Leinz, da Diretoria da Produção Mineral do Rio Grande do Sul, teve início, por intermédio do autor, nova prospecção da jazida, cuja concessão de pesquisa pertence atualmente a Cia. Brasileira do Cobre. Apesar de ser a jazida considerada presumivelmente de pequena capacidade, tal fato não constituía séria objeção à prospecção no momento, pois que, qualquer quantidade de minério de molibdênio produzida seria últio, data a escassez deste material de guerra no Brasil (de conformidade com a classificação de materiais de guerra, fornecida pelo Governo dos Estados Unidos da América do Norte, o molibdênio e seus minérios são considerados materiais "mais escassos", apesar mesmo, deste país, possuir grandes depósitos de tais minérios (34). Ocorrências de molibdenita de origens diversas: pegmatítica, hidrotermal e pneumatolítica, têm sido encontrados no Brasil, nos seguintes Estados: Ceará (em pegmatito encaixado em gneis), Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (veios quartzíferos), São Paulo e Rio de Janeiro (33). No Rio Grande do Sul, a molibdenita tem sido observada não somente em Vacacaí, mas também em Porto Alegre (lâminas finíssimas no granito), em Lavras (no granito) e em Encruzilhada (em veios quartzíferos do origem hidrotermal) (9). Outros minerais de molibdênio têm sido observados no Brasil além de molibdenita, principalmente wulfenita, PbMoO4, segundo minério em importância econômica daquele elemento. Assim, no Estado de São Paulo (Itapirapuan) (16) e em Minas Gerais, foram observadas ocorrências deste mineral, porém de escassa ou nula importância econômica, constituindo mineral secundário em veios de galena argentífera. A wulfenita, que teria sua gênese por alteração, originariamente contém pequeno teor de molibdênio em mistura, sob forma ainda não bem conhecida (8). |