Estimulação elétrica transcraniana em pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sousa, Luiz Felipe Adsuara de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-18012023-172416/
Resumo: Introdução: As miopatias autoimunes sistêmicas (MAS) são um grupo heterogêneo de doenças que podem ser divididas em dermatomiosite (DM), polimiosite (PM), síndrome antissintetase (SAS), miopatia necrosante imunomediada (MNIM) e miosite por corpos de inclusão. Nos últimos anos, apesar da evolução no tratamento farmacológico, as MAS continuam associadas com alta morbidade e incapacidade funcional. Nesse contexto, novas técnicas de reabilitação já aprovadas para outras doenças, como estimulação transcraniana, incluindo estimulação transcraniana por corrente direta (tDCS), poderiam potencialmente melhorar a funcionalidade e qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: Avaliar a segurança e eficácia da tDCS em pacientes com MAS. Métodos: Esse estudo prospectivo, duplo-cego, sham- controlado, randomizado, incluiu 20 pacientes com MAS divididos em dois grupos para receber intervenção sham (GSh) ou ativa (GAt) (2mA, 20 minutos, 3 dias). Eletrodos foram posicionados com o ânodo em C1 ou C2, enquanto o cátodo foi posicionado em Fp2 ou Fp1, respectivamente. Os grupos foram avaliados em quatro períodos diferentes com questionários específicos, testes funcionais e isocinéticos: pré- estimulação, pós 30 minutos, pós 3 semanas e pós 8 semanas da tDCS. Resultados: Dois pacientes do grupo sham desistiram do estudo após as três sessões. Dados demográficos, tipos de MAS, duração de doença e atividade de doença foram semelhantes entre os grupos GSh e GAt. Após as intervenções, o grupo GAt apresentou melhora significativa na oitava semana de aspectos físicos da SF-36, em cada avaliação de média e melhor resultado do Teste Timed Up-and-Go (TUG), além de melhores valores no pico de torque (PT) do membro inferior estimulado (P < 0,05). Os aspectos emocionais do SF-36 pioraram apenas no grupo GSh (P < 0,001). A adesão dos pacientes, que permaneceram no estudo, ao protocolo foi de 100% e não foram reportados eventos adversos graves, incluindo recidivas de doenças. Conclusões: Esse estudo evidencia a segurança do tDCS, assim como sua potencial eficácia em melhora de força e função muscular em pacientes com MAS. Novos estudos com amostras maiores e mais sessões de tDCS são necessários para corroborar os resultados desse estudo