A maravilhosa fábrica de virtudes: o decoro na arquitetura religiosa de Vila Rica, Minas Gerais (1711-1822)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Bastos, Rodrigo Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-08092010-160646/
Resumo: A tese é destinada a demonstrar que o decoro foi um preceito fundamental para a fábrica da arquitetura religiosa em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, entre 1711 e 1822. É resultado de uma pesquisa mais abrangente, dedicada a compreender a fábrica artística na capitania de Minas Gerais a partir das doutrinas e preceitos exatamente contemporâneos à sua construção. Em detrimento, portanto, de categorias anacrônicas pós-iluministas e românticas, como evolução, progresso, originalidade etc., pretende-se reconstituir a história desses conjuntos arquitetônicos ao mesmo tempo em que se procura investigar e reconstituir também historicamente os preceitos do seu presente, como o decoro, a decência, a comodidade, a perfeição, a maravilha, a elegância, a discrição, o engenho, a agudeza, a sutileza, o asseio, a formosura etc. O exame das obras, das fontes documentais primárias e também dos tratados artísticos e teológicos vigentes no período evidencia uma aplicação habitual e generalizada desses preceitos, que importa muito compreender historicamente. À luz do decoro, essa reconstituição tem se mostrado extremamente profícua. Concernente a um regime mimético que caracterizava não apenas as artes ainda hoje reconhecidas pelo termo, mas todo o aparato teatral das práticas de representação correspondentes à razão de estado católica e à sociedade de corte, o decoro ocupava um papel central naquele tempo; em especial na invenção, disposição e ornamentação da arquitetura religiosa, onde se investiam os maiores esforços e cabedais. Representação permanente das virtudes cristãs, personagens e eventos das Sagradas Escrituras e do dogma católico, a fábrica da arquitetura era destinada não apenas a encenar decorosamente as matérias da fé, como também a conduzir virtuosamente o fiel na sua própria edificação cristã rumo à salvação. Foram analisados os seguintes templos: a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar e as Capelas das Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Carmo e São Francisco de Assis.