Bioespuma do buritizeiro (Mauritia flexuosa) para composição do núcleo de painéis estruturais de isolamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Batista, Alessandra Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
SIP
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-09022023-163203/
Resumo: Painéis Estruturais de Isolamento (Structural Insulated Panels - SIP) são elementos estruturais que vêm sendo adotados pelo setor da construção civil em países desenvolvidos, principalmente, devido à rapidez na montagem e seu baixo custo. Os SIPs são compostos por uma camada central espessa (núcleo), com função de isolamento térmico, revestida interna e externamente por uma camada fina com função estrutural. Como os materiais utilizados para composição da camada central são espumas sintéticas, há necessidade de se buscar alternativas mais sustentáveis. O material natural conhecido na Amazônia como miriti, devido à sua baixa densidade e alto teor de celulose apresenta-se como um potencial substituto para estes isolantes térmicos sintéticos. Objetivou-se com este trabalho avaliar o potencial do miriti para a composição de núcleos de SIP. Foram avaliadas algumas propriedades mecânicas selecionadas do miriti e miriti colado (denominado núcleo), sua absorção de água e comparadas à norma de SIP. Também foram avaliados a retratibilidade com a perda de umidade e o comportamento térmico do miriti quando exposto a diferentes temperaturas (70°C e 150°C) em comparação ao Poliestireno Expandido (EPS). O núcleo de miriti obteve resultados acima do exigido pela norma, para todas as propriedades avaliadas. A exceção foi a resistência à tração normal, onde o núcleo de miriti ficou abaixo do mínimo exigido, pois o início da ruptura se dá na porção de material menos resistente. A massa específica do miriti foi maior que o valor mínimo exigido pela norma e à absorção de água acima do máximo permitido. Na retratibilidade longitudinal (orientação das fibras), o miriti apresentou resultados similares aos reportados por diferentes espécies de madeira. No entanto, na direção transversal o material apresentou forte colapso, apesar da secagem lenta. O miriti, quando exposto à diferentes temperaturas, apresenta comportamento bastante distinto ao do EPS. Quando exposto a 150°C, o miriti, não ultrapassou os 90°C, já o EPS iniciou degradar a partir dos 80°C. Para o experimento a 70°C, os materiais apresentaram resultados similares, porém, a taxa de aquecimento do miriti foi inferior à do EPS. O miriti, portanto, quando exposto a temperatura acima de 90°C apresenta-se como um material superior em relação ao EPS. No entanto, mais estudos precisam ser realizados para sua melhor destinação, principalmente, quando exposto a diferentes climas e situações. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que o miriti, além das vantagens frente a isolantes térmicos sintéticos (por ser um material natural), apresenta resultados satisfatórios para as propriedades mecânicas avaliadas, bem como em relação à absorção de água, além de uma boa resposta térmica quando exposto a diferentes temperaturas.