Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Brancalion, Pedro Henrique Santin |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-25022010-091235/
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Resumo: |
Espécies com ampla distribuição geográfica e ecológica podem possuir adaptações locais como consequência de pressões de seleção diferenciadas e específicas para cada habitat ocupado, originando ecótipos. Além de contribuir para a identificação e quantificação de adaptações em estudos evolutivos, o estudo de ecótipos pode ser fundamental para a conservação e a restauração ecológica de florestas tropicais. Dessa forma, esse trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar a contribuição de adaptações locais e da plasticidade em sementes e plântulas para a ocorrência das espécies de palmeira Euterpe edulis e Syagrus romanzoffiana em parcelas permanentes inseridas em diferentes formações florestais do Estado de São Paulo. Foram estudadas populações de E. edulis presentes na Floresta Estacional Semidecidual da Estação Ecológica dos Caetetus, na Floresta Ombrófila Densa do Parque Estadual de Carlos Botelho e na Floresta de Restinga do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, e populações de S. romanzoffiana presentes nas áreas de Floresta Estacional Semidecidual e de Floresta de Restinga já citadas e no Cerradão da Estação Ecológica de Assis. Foram avaliados o tamanho, a produção, a maturação e a germinação de sementes produzidas pelas populações de ambas as espécies, a predação de sementes de S. romanzoffiana na fase pré-dispersão por larvas do coleóptero Revena rubiginosa, e a contribuição de adaptações locais e da plasticidade, em experimentos de transplante recíproco e de jardim comum, no estabelecimento de plântulas de E. edulis e no crescimento de juvenis de populações de ambas as espécies. Houve significativa variação no tamanho e no número de sementes produzido entre as populações dessas espécies e entre os anos de 2008 e 2009 para E. edulis, além de diferenças acentuadas na maturação e na germinação dessas sementes. A predação de sementes de S. romanzoffiana na fase pré-dispersão atingiu cerca de 70% em todas as formações florestais, e roedores não discriminaram entre endocarpos íntegros e infestados por larvas durante a predação de sementes na fase pós-dispersão. A ocorrência de E. edulis na Floresta Ombrófila Densa e na Floresta Estacional Semidecidual é favorecida pela presença de adaptações locais no estabelecimento de plântulas, ao passo que a ocorrência dessa espécie na Floresta de Restinga é favorecida por adaptações locais no crescimento de juvenis. Embora não tenham sido observadas adaptações locais para o crescimento de juvenis de S. romanzoffiana no transplante recíproco, os indivíduos do experimento de jardim comum produzidos com sementes do Cerradão apresentaram maior crescimento que os juvenis das demais procedências, indicando a existência de divergência genética adaptativa. Dessa forma, tanto E. edulis como S. romanzoffiana necessitam superar limitações específicas para a reprodução nas diferentes formações florestais estudadas, sendo tais limitações resultado direto da pressão de seleção diferenciada entre esses habitats e que podem ter resultado na origem de ecótipos e de diferenças de crescimento. Assim, esses resultados apontam que sementes e plântulas de espécies arbóreas nativas devem ser coletadas e utilizadas na mesma formação florestal a ser 10 submetida às ações de conservação e restauração ecológica, dada as evidências de adaptações locais para essas duas espécies de palmeira. |