Função tireoidiana e incidência de diabetes após seguimento de quatro anos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Birck, Marina Gabriela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-31032022-153406/
Resumo: Introdução: Existem poucos dados e ainda conflitantes a respeito da associação da função tireoidiana e a incidência de diabetes. Por isso, esse estudo tem por objetivo avaliar prospectivamente os quintis (Q) do hormônio tireotropina ou tireoestimulante (TSH), tiroxina livre (T4-L), da tri-iodotironina livre (T3-L), e da sua razão de conversão periférica (T3-L:T4-L), com a incidência de diabetes em indivíduos eutireoideos. A hipótese é de que esta associação é uma curva em U. Método: O ELSA-Brasil é uma coorte de adultos com idade entre 35-74 anos na linha de base, de população brasileira miscigenada. Os níveis de TSH, T4-L, T3-L, e a razão de conversão foram avaliados na linha de base (2008-2010) e o diabetes incidente no seguimento de quatros anos (2012- 2014), com tempo médio de 3,86 anos. O risco de diabetes foi calculado conforme os quintis (Q) de TSH, T4-L, T3-L e T3-L:T4-L, usando regressão de Poisson com variância robusta e apresentado como risco relativo (RR) com intervalo de confiança de 95% (IC95%) após múltiplos ajustes (idade, sexo, nível educacional, raça autorreferida, IMC, consumo de álcool e cigarro, dislipidemia e atividade física no lazer). Q3 foi usado como referência para avaliar a curva em U. Resultados: Foi incluído 8.383 participantes (idade média de 50,3 anos, desvio-padrão 8,7; 53,8% mulheres), sem diabetes e com função tireoidiana normal (eutireoideo) na linha de base. Desses, 571 (6,8%) desenvolveram diabetes em 3,86 (0,4) anos de seguimento. O risco de desenvolver diabetes foi maior no Q1 de TSH (RR 1,28; IC95% 1,02-1,65) comparado ao Q3. O Q5 da conversão T3-L:T4-L foi associado com risco maior para o diabetes na amostra (RR 1,35; IC95% 1,06-0,73) e em mulheres (RR 1,58; 95%CI 1,13-2,21). Baixo T3-L apresentou efeito protetor para o diabetes em mulheres (RR 0,59; 95% CI 0,48-0,99). Não foi observada associação com os quintis deT4-L. Conclusão: Não foi encontrada associação em forma de U da função tireoidiana em indivíduos eutireoideos com a incidência de diabetes em 3,86 anos nessa população miscigenada. Baixo TSH e alta conversão (T3-L:T4-L), dentro da normalidade, apresentaram risco para o desenvolvimento de diabetes em um curto período de seguimento; baixo T3-L mostrouse protetor para o diabetes nas mulheres. Esses achados sugerem que TSH, T3-L e a conversão periférica para T3-L, mesmo dentro da faixa de normalidade, podem contribuir como um fator de risco adicional para o desenvolvimento do diabetes