Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Alvarenga, Carolina Faria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13062008-155413/
|
Resumo: |
Este trabalho analisa a pertinência e a intensidade da interferência das relações de gênero nas jornadas e nos ritmos definidores do trabalho docente. Situado entre os estudos da Sociologia da Educação, do Trabalho e da Família, inicia a reflexão sobre o conceito de gênero, articulado pelas teóricas feministas Joan Scott e Linda Nicholson; de divisão sexual do trabalho e suas conseqüências na vida de homens e mulheres, defendidos por Helena Hirata, Danièle Kergoat, Elizabeth Souza-Lobo, Joan Scott, Cristina Bruschini, Bila Sorj, dentre outros; e da noção de tempo, desenvolvida por Norbert Elias e Alberto Melucci. Em seguida, baseado em levantamento sobre a produção acadêmica acerca do trabalho docente sob a ótica das relações de gênero, constata as lacunas dessa produção sobre os tempos de trabalho, analisa a trajetória de constituição do trabalho docente e mostra os significados femininos e masculinos que o perpassam. A pesquisa empírica de caráter qualitativo foi desenvolvida com professoras e professores de Ensino Fundamental II de uma escola municipal da zona sul de São Paulo, durante os anos de 2006 e 2007. Os dados foram obtidos por meio de questionários, diários de uso do tempo, entrevistas semi-estruturadas e diário de campo. O estudo de Cláudio Dedecca sobre tempo, trabalho e gênero forneceu os elementos para a construção dos conceitos analíticos. A maioria dos docentes - homens ou mulheres - possui extensas jornadas de trabalho total, decorrentes, em parte, dos baixos salários. Além dos serviços escolares realizados em casa, recorrentes nas jornadas de todo o grupo, professoras e professores possuem também extensas jornadas de trabalho para a reprodução social, mesmo que em graus variados. A importância da articulação entre as diversas dimensões do tempo na vida dos sujeitos, apontada por Dedecca, considerando a tensão existente entre elas, possibilitou reconhecer a necessária separação entre trabalho feminino e trabalho masculino. No entanto, a análise do cotidiano das professoras e dos professores pesquisados permitiu questionar uma característica ressaltada pela maior parte dos estudos focados no trabalho fora da docência : a dicotomia entre tempos de trabalho econômico maiores -- que supõem trabalho remunerado e tempos de deslocamento -- para os homens e, para as mulheres, tempos de trabalho para a reprodução social maiores, que incluem o trabalho doméstico e o cuidado com filhos, precisa ser problematizada, ao menos no que se refere aos docentes pesquisados. Ademais, as políticas públicas, educacionais e sociais, para garantir igualdade de oportunidades e condições de vida para os professores e as professoras, precisam considerar a articulação entre as esferas da produção e da reprodução. |